Um vídeo que circula nas redes sociais chamou a atenção para a vulnerabilidade alimentar de crianças no bairro Nova Esperança, em Rio Branco. As imagens, gravadas por Ana Laura Martins, mostram duas crianças aparentemente brincando em um canal de esgoto, mas que, ao serem questionadas, revelaram que estavam pescando piabas para fritar, pois não tinham comida em casa.
Na legenda do vídeo, Martins expressou preocupação: “Hoje mais cedo me deparei com essa cena, duas crianças que aparentemente pareciam estar brincando nesse canal de esgoto. Quando eu fui perguntar, eles responderam que estavam pescando piaba pra fritar, pois não tinha nada em casa pra comer. Eles falaram que moram no beco que percorre esse esgoto. Queria muito pedir a ajuda de vocês. Caso alguém esteja disposto, entre em contato comigo”.
Em entrevista ao site Agazeta.net, Laura relatou mais detalhes sobre a situação. Ela afirmou ter localizado a residência das crianças, mas ainda não teve contato com a família. “Aquela rua é praticamente abandonada. É a rua que eu moro. Provavelmente eles se mudaram agora”, diz.
A moça também mencionou que as crianças aparentam ter cerca de oito anos. O vídeo foi gravado no dia 25 de outubro, na Rua Cristo Rei, onde ela reside. No entanto, não possui informações sobre familiares das crianças, tendo apenas interagido com elas durante a gravação.
Diante da situação, a equipe do Agazeta.net procurou a presidente do Conselho de Defesa da Criança e do Adolescente, Iana Sarquis, para obter esclarecimentos sobre como agir em casos como esse. Segundo Sarquis, a situação deve ser reportada ao Conselho Tutelar, que é responsável por aplicar as medidas necessárias e encaminhar os casos de violações de direitos.
“O que acontece é que, muitas vezes, as crianças estão na rua e não se sabe a casa em que moram. Portanto, é importante ter o vídeo para que os conselheiros possam encontrá-las”, destaca. Ela ressaltou a necessidade de encaminhar informações específicas sobre a localidade onde as crianças foram vistas, já que elas podem não residir nas proximidades.
“Precisamos do bairro para saber qual Conselho Tutelar contatar. O conselho tutelar aplica as medidas cabíveis e realiza o atendimento. Estou à disposição para ajudar. Assim que tiver todas as informações, me encaminhe. Precisamos de endereço e ponto de referência”, finaliza Sarquis.