Açude é alternativas para os próximos 25 dias
O departamento de água de Acrelândia começou uma grande operação para evitar que o município pare de receber água tratada. O açude que abastecia a cidade secou e, para manter as bombas funcionando, os técnicos estão rompendo as barragens de açudes de propriedades vizinhas para que a água, através da gravidade, chegue até o açude que abastece o Município.
Na parte urbana de Acrelândia, 6 mil pessoas dependem da água que vem da estação de tratamento do Depasa. Com o açude principal secando, começou o racionamento. Em alguns bairros, como o Portelinha, há morador que não recebe água há quatro dias.
A dona de casa Gergelina da Silva ainda tinha um pouco de água porque economizou. “A caixa que fica no chão secou. A de cima tem menos de 100 litros. Nem sei até quando vai aguentar”, alarmou.
Quem tem criança precisa dar vários banhos durante o dia para prevenir as doenças ocasionadas pelo calor, mas sem água. A dona de casa Almira de Lima armou uma rede no quintal, embaixo de uma árvore para aliviar o calor da filha. “Eu fico pedindo água para os vizinhos que têm poço. Se não fizer isso, vamos morrer de sede”, reclamou.
A falta de chuvas e o calor intenso na região fizeram aumentar o consumo e o açude não suportou.
Nessa sexta-feira, o Depasa bombeou água de outro açude que fica próximo ao principal. Sem esse ajuda o departamento só teria água para mais dois dias.
O maior problema de Acrelândia é que o rio mais próximo, o Abunã, fica a 17 quilômetros do município. A saída encontrada pelo departamento foi buscar água nos açudes das propriedades vizinhas.
Próximo às bombas existem três açudes que vão ajudar a abastecer a cidade pelos próximos 25 dias. O gerente do departamento de águas da cidade, Jander Mendonça, explicou que água disponível nos açudes só dá 25 dias se mantiver o racionamento.
“A água será enviada a cada dois dias, além do consumo exagerado, existe muito desperdício”, alertou.
Não vai ser fácil se recuperar da maior seca já registrada na história do Acre. As próximas chuvas por mais fortes que sejam não serão suficientes para encher o açude que abastece a Acrelândia. Em 2017, dependendo da estiagem, o município pode sofrer o mesmo problema de racionamento.