Apesar do fim do período de chuvas intensas, a epidemia de dengue em Rio Branco não dá sinais de trégua. Dados atualizados da Vigilância Epidemiológica revelam que, só na primeira semana de junho de 2025, o número de casos confirmados chegou a 3.374 — um aumento de 180% em relação ao mesmo período de 2024.
O que mais preocupa agora é a gravidade da doença, especialmente entre adolescentes. Em todo o ano passado, foram registrados 16 casos graves de dengue, antes chamadas de hemorrágicas. Em 2025, esse número mais que dobrou: são 36 ocorrências, com uma morte confirmada. A maior parte das vítimas é de jovens entre 10 e 14 anos.
Diante desse cenário, a Secretaria Municipal de Saúde deixou claro a importância da vacinação contra a dengue, atualmente disponível nas unidades de saúde para o público dessa faixa etária. “Nós temos a vacina contra a dengue para esse público de adolescentes. Está nas nossas unidades. Então, é mais um meio que nós temos de prevenir essa doença, que agora está vindo com uma certa gravidade”, alerta a diretora de Vigilância em Saúde da Semsa, Socorro Martins.
Apesar da contratação emergencial de 78 agentes de endemias e a incorporação de mais 38 concursados aos 120 já atuantes, a proliferação do mosquito Aedes aegypti continua em ritmo acelerado. Segundo a Semsa, isso ocorre principalmente pela persistência de focos de água parada em quintais, vasos de planta e caixas d’água mal vedadas.
“As pessoas estão guardando água de forma inadequada. Não estão fechando bem os reservatórios. Antes de receber água, seja do Saerb ou de carro-pipa, é preciso limpar bem a caixa d’água, escovar as bordas para eliminar os ovos do mosquito e vedar totalmente. O Aedes só precisa de uma brechinha para colocar os ovos e recomeçar o ciclo”, explica Socorro Martins.
Em junho do ano passado, foram registrados apenas 10 casos. Neste ano, no mesmo período, o número subiu para 50 — um aumento que escancara a urgência de ações conjuntas entre poder público e população.
A campanha de vacinação e combate ao mosquito deve ganhar reforço com ações educativas nas escolas e visitas domiciliares. A meta da prefeitura é aumentar a cobertura vacinal entre adolescentes e conscientizar as famílias sobre os riscos da doença, que, além dos sintomas clássicos, como febre alta e dores no corpo, pode evoluir rapidamente para quadros graves.
Com informações do repórter Adailson Oliveira para TV Gazeta



