De vez em quando, nos colocamos em uma posição de heroína, onde precisamos estar disponível, pronta para ajudar o outro. Caso o contrário, não estaremos sendo a mãe, a amiga, a esposa, a namorada ideal. Se não salvarmos quem amamos, estaremos falhando, seremos ingratas.
Acontece que ser uma super-heroína às vezes custa caro… custa seu tempo, sua saúde, sua vida. Somos ensinadas que desistir não é uma opção e ao levarmos esse ensinamento ao pé da letra, nos colocamos em posições e situações que nos trazem dor e sofrimento.
Quando amamos alguém, acreditamos que temos o dever de salvar aquela pessoa, de evitar os sofrimentos e dificuldades dela. No entanto, até que ponto essa dedicação é saudável? Eu te respondo: até o momento em que você deixa de lado a sua saúde para lidar com a história do outro, que nada tem a ver a com a tua.
Estabelecer limites é prova de amor de você para você mesma e amar alguém também é deixá-la caminhar com as próprias pernas, é permitir que ela caía e levante. Está ao lado de alguém para ajudá-la não é sinônimo de pegar a dor, o problema e o sofrimento dela para si.
Precisamos compreender e aceitar a nossa impotência diante da vida e das escolhas do outro. A ajuda só é bem aceita e eficiente quando é procurada, caso o contrário, você vai estar lutando sozinha para salvar alguém que não pediu para ser salvo. Desistir é uma opção e isso não significa que não exista amor, pelo contrário, em alguns momentos, essa vai ser a maior prova de amor que você dará – para si e para o outro.
Abra mão, desista! Deixe que o outro aprenda sozinho, mesmo que essa aprendizagem se desenvolva na dor, você não precisa ser a heroína de uma história que não é sua.