Energia elétrica em pauta na Assembleia Legislativa
Durante sessão realizada na manhã desta sexta-feira (26) na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), os deputados federais, estaduais, vereadores, representantes de associações e entidades e o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), André Pepitone, se reuniram para dar continuidade ao assunto da energia.
“Com a privatização o que nós recebemos como proposta é que nós iríamos receber uma energia mais barata e de melhor qualidade, mas foi exatamente o contrário, uma energia mais cara, um reajuste de 21% acima de qualquer previsão de inflação ou de aumento de salário mínimo e a população não está conseguindo pagar e quem autoriza esse reajuste é a ANEEL e nós estamos tendo a presença do Diretor-Presidente da ANEEL, André Pepitone, que vai explicar para população acriana sobre esse aumento”, disse o deputado estadual (PCdoB), Jenilson Leite.
No início da sessão, representantes do governo do Estado e parlamentares tiveram um tempo para questionar o porquê da energia elétrica, no Acre, ser tão cara. Com uma postura praticamente unânime, os senadores Sérgio Petecão (PSD) e Alan Rick (DEM), e os deputados federais Perpétua Almeida (PCdoB) e Jesus Sérgio (PDT) apontaram questionamentos sobre o que acontece para que o valor da energia praticado no estado do Acre seja tão alto.
Encontrar caminhos para uma energia com preço justo e de qualidade, entender a justificativa apresentada para uma cobrança tão alta no estado e propor a elaboração de um encaminhamento que vise a solução do problema, foram algumas das citações na tribuna.
“Essa sessão ajuda a gente a entender cada vez mais que os cálculos que a ANEEL e a empresa local, Energisa, estão fazendo não estão corretos com o Acre, a ANEEL precisa mudar o sistema dela, tirar o Acre dessa soma nacional quando divide a tarifa onde tem indústria e nós não temos, quando divide a tarifa com os estados que não chovem e nós temos muitas chuvas. Isso esclareceu cada vez mais que os critérios que a ANEEL está fazendo e os cálculos que a Energisa está fazendo, não estão de acordo com o nosso Estado”, explicou a deputada federal (PCdoB), Perpétua Almeida.
A lista de questionamentos foi extensa, até que chegou o momento do diretor-geral da ANEEL fazer sua apresentação. André Pepitone fez um breve relato dos aspectos gerais do setor. Começou esclarecendo que a ANEEL só cumpre o que determinam as leis e decretos estabelecidos pelo governo federal. Disse que a empresa não realiza nenhum tipo de cálculo, apenas regula e fiscaliza o setor elétrico.
Pepitone apresentou muitos números, planilhas, porcentagens, dados e levantamentos. Tudo para convencer os parlamentares acrianos de que o valor cobrado na tarifa era o mais justo possível, mas na prática parece que não conseguiu convencer ninguém.
“Nós precisamos nos unir, unir forças independentes de sigla partidária, de ideologia política, para poder amenizar o sofrimento da população, esse argumento da ANEEL, na minha concepção, é um argumento fraco, nós precisamos de coisa concreta, nós queremos é que baixe a conta de luz”, declarou o senador (PSD), Sérgio Petecão.
Os deputados estaduais e convidados também tiveram um tempo reservado para questionamentos e novos bombardeios começaram contra a postura da ANEEL. Luiz Tchê (PDT) questionou o porquê de pagarmos tantos subsídios. Edvaldo Magalhães (PCdoB) colocou em xeque a postura da empresa Energia quanto às falhas encontradas nas leituras dos relógios de energia. Daniel Zen (PT) falou sobre a importância de se buscar alternativas para a geração de energia e redução de gastos.
A pressão foi tanta, que até o diretor da Energisa se mostrou favorável a uma redução. “Nós precisamos realmente trabalhar para reduzir isso, a própria ANEEL reconhece porque é um clamor dos clientes”.
Muita coisa ainda precisa ser discutida e explicada. O debate se prolongou ainda pelo período da tarde e a solução do problema do alto valor cobrado pela energia elétrica no Acre ainda vai render muita conversa.