ELE INSISTE
O governador Gladson Cameli insiste na agenda do jatinho. Em um vídeo divulgado em rede sociais, ele falou sobre a agenda que manteve em Brasília, mas o que se queria expor, de fato, é a justificativa sobre a bendita aeronave.
“AONDE RECORRER”
“(…) Eu não preciso e jamais eu iria alugar avião à custa do Estado para pagar as minhas viagi (sic). Tendo em vista, como todos sabem, que nós… todas as viagi quando eu preciso fazer e que eu preciso de avião, eu tenho aonde recorrer (sic). Não aos cofres públicos (…)” Há uma percepção quase ingênua no argumento; uma defesa frágil de filigranas de editais, como se o debate se amparasse em termos legais.
NÃO É LEGAL; É MORAL
O governador não consegue perceber (e parece não ter ninguém que o oriente) que a discussão não é legal. Não está em discussão se ele é filho de uma das famílias mais ricas do Norte do país e tem o aviãozinho que quiser na hora que quiser como ele faz (sempre) questão de frisar (afinal de contas ele tem “aonde recorrer”); não está em discussão se o edital não fala especificamente se o jatinho é “para ser uso do governador exclusivamente”. Mesmo que não se tenha essa expressão específica, ainda assim, o aluguel da aeronave é um acinte ao bom senso. O gesto da insistência no tema comprova como a gestão de Gladson Cameli não tem o senso de urgência; não sabe o que é prioritário na agenda pública.
MULTA
Nesta quinta-feira (1º de agosto), o deputado Roberto Duarte (MDB) vai solicitar uma cópia do contrato para saber, efetivamente, qual a multa que o Estado do Acre deve pagar caso, em um surto de bom senso, possa vir a cancelar o contrato. É uma agenda negativa por onde quer que se olhe.
MAL ESCRITO
A própria redação do texto do contrato colocado no Diário Oficial está dúbia: mal redigida. A expressão “exclusivamente executivo” diz nada e sugere muito. Outra coisa que sugere muitas situações: a insistência de Gladson Cameli em alugar esse jatinho. O que justificaria?
NEM ADIANTA
E nem adianta o governo querer transformar qualquer socorro a cidadãos de áreas isoladas em um espetáculo midiático para justificar o gasto. O governo deve trabalhar para que a saúde pública tenha qualidade em todas as cidades. Necessitar de jatinho com “frigobar” potente para garantir bebida a oito pessoas ao preço de R$ 5,2 milhões por ano não há justificativa plausível.
OPOSIÇÃO
Digno de nota é o comportamento da oposição nesse episódio. As críticas não saem do tom. Alguém pode lembrar do Estrelão e do processo licitatório também polêmico e justificar, desta forma a discrição dos parlamentares da oposição. Mas os fatos mostram que não é bem assim. Gladson tem dado todos os motivos para os opositores nesses seis longos meses de governo. Mas a postura sempre tem sido cordata. Vamos ver quando 2019 acabar.
FIEAC
E os empresários da Construção Civil incomodados com a demora nos processos de licitação para o setor. O mínimo investimento e já se sentiu uma reação tímida na geração de empregos. Mas o fato é que, para quem trabalha com construção só há mais três ou quatro meses de trabalho antes do início das chuvas. Na prática, 2019, para esses empresários, acaba em novembro.
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