A Câmara Municipal de Rio Branco atravessa um momento de tensão silenciosa, especialmente entre os vereadores que compõem a base do prefeito Tião Bocalom. A declaração recente de Bocalom, afirmando que pretende intervir na eleição da mesa diretora, foi recebida com desconforto pelos parlamentares, que, embora não tenham aceitado bem a postura do prefeito, também optaram por não se posicionar abertamente contra ele.
A movimentação de Bocalom inclui a indicação do vereador Joab Lira, atualmente secretário de Cuidados com a Cidade, como seu candidato para a presidência da casa. Essa escolha deixou de lado até mesmo aliados antigos, como o atual presidente da Câmara, Raimundo Neném, que é filiado ao PL e busca a reeleição.
No início do mandato, Bocalom havia prometido não interferir nas decisões do Legislativo, o que o colocou, inicialmente, em rota de colisão com alguns vereadores e o forçou a buscar alianças. Aparentemente, sua estratégia mudou, e agora ele quer influenciar diretamente a composição da mesa.
O vereador Antônio Moraes (PL) comentou a situação e indicou que o grupo partidário irá discutir os rumos antes de tomar uma decisão. “A gente vai sentar junto ao partido para saber o rumo que vai tomar, mas eu tenho certeza que o prefeito vai escolher um candidato certo que ele vai apoiar”, disse Moraes.
Enquanto isso, a oposição parece estar adotando uma estratégia de espera, observando o cenário antes de se posicionar publicamente. A vereadora Elzinha Mendonça, um dos nomes de oposição, lançou sua candidatura à presidência e vê a interferência do prefeito como uma oportunidade. Para ela, a postura de Bocalom pode acabar beneficiando sua campanha. “Acho que cada pessoa tem a sua consciência e quem tem boca fala o que quer. Se o prefeito acha que é dessa forma que se constrói, quem sou eu para dizer o contrário, né?” afirmou Elzinha.
Fábio Araújo, do MDB, que atualmente ocupa o cargo de secretário da mesa diretora, também lançou sua candidatura, mas sem o apoio das principais chapas formadas até agora. A falta de apoio o deixou isolado e buscando alianças para fortalecer seu nome na disputa. Já Samir Bistene, do PP, acredita que tem grandes chances de ocupar a presidência, contando com o apoio de seu partido, que possui seis vereadores. Contudo, a dinâmica interna do PP ainda pode ser alterada por um possível encontro com o governador, que deve influenciar a decisão final do partido.
Com informações do repórter Adailson Oliveira