Uma equipe do Ministério da Saúde está programada para chegar ao Acre ainda esta semana, com o objetivo de articular esforços contra a crescente ameaça da Dengue no estado. A iniciativa surge em resposta aos alarmantes números recentemente divulgados, que colocaram Rio Branco entre os municípios de alto risco para um surto ou epidemia da doença.
Segundo Pedro Pascoal, Secretário de Estado de Saúde, dos 4.400 imóveis inspecionados por agentes de endemias, 960 apresentaram larvas do mosquito Aedes aegypti, elevando o índice de infestação na capital para 10,3%, muito acima do limite seguro de 1%. No interior, a situação não é menos preocupante, com mais de 6 mil notificações e mais de 4 mil casos confirmados, incluindo uma trágica fatalidade em Cruzeiro do Sul e dois casos sob investigação.
Diante desse cenário alarmante, o governo do estado decretou situação de emergência em saúde pública, visando mobilizar recursos urgentes e assistência técnica do governo federal. O Ministério da Saúde se comprometeu a enviar técnicos para avaliar in loco a situação epidemiológica, o que poderá agilizar a liberação de recursos cruciais. No entanto, a chegada desses especialistas foi adiada devido a questões financeiras, ainda pendentes em Brasília, com a expectativa de que eles cheguem até o final desta semana.
Além do aumento de 19% nos casos de Dengue comparado a janeiro de 2023, preocupa também o ressurgimento da Dengue tipo 3, responsável pela forma hemorrágica da doença após 17 anos no estado. No interior, as ações contra a Dengue são ainda mais desafiadoras devido às transições políticas municipais, que têm retardado a implementação de medidas preventivas.
“A troca de prefeitos e equipes técnicas tem dificultado o monitoramento eficaz das notificações nos municípios”, lamenta Pedro Pascoal. “É crucial que todos os níveis de governo, juntamente com a população, assumam a responsabilidade no combate ao mosquito da Dengue. A chegada dos técnicos do Ministério da Saúde será fundamental para orientar estratégias eficazes e compartilhar experiências bem-sucedidas de outros estados na redução dos casos de Dengue, Zika e Chikungunya.”
A expectativa é que as equipes ministeriais cheguem na próxima semana, prontas para colaborar estreitamente com os municípios e entender a fundo a dinâmica epidemiológica da região. A mobilização conjunta é vista como essencial para mitigar os impactos da Dengue no Acre, reforçando a importância da cooperação entre Estado, Municípios, União e cidadãos no enfrentamento dessa grave questão de saúde pública.
Matéria produzida pelo repórter Adaílson Oliveira para a TV Gazeta.