Uma série de denúncias sobre as condições precárias da escola estadual Prof. Clícia Gadelha em Rio Branco, tem gerado preocupação entre os responsáveis pelos alunos e os próprios estudantes. Os principais problemas relatados são a falta de ares-condicionados nas salas e falta de infraestrutura no edifício.
Em entrevista ao Agazeta.net, uma responsável de uma aluna, que preferiu não se identificar por medo de represálias, relata a situação de impotência vivenciada diante das condições adversas na unidade de ensino.

Segundo a denunciante, a falta de ar condicionado nas salas de aula tem sido um problema recorrente, que afeta tanto o rendimento dos alunos quanto a concentração dos professores. A temperatura elevada torna insuportável permanecer em sala de aula, o que prejudica o ambiente de aprendizagem e o bem-estar de todos os envolvidos.
“Em relação a situação a gente se sente um pouco até impotente? Nós não sabemos o que fazer para manter os alunos em sala de aula, numa temperatura alta, não tem como manter nem alunos e nem professores com concentração suficiente para o estudo. Então, o que fazer diante dessa situação? Impotência total”, explica a mãe de um dos alunos.
A situação se agrava com a recusa dos alunos em permanecer nas salas de aula devido ao desconforto causado pela falta de refrigeração. A denunciante destaca que os esforços para resolver o problema, através de solicitações à Secretaria de Educação do Estado (SEE), têm sido infrutíferos, uma vez que a instalação de ares-condicionados novos se mostrou inviável sem uma subestação de energia adequada.

“Por várias vezes a escola comunicou a Secretaria de Educação dessa situação, tendo em vista que quando o pessoal da escola veio para instalar os ares-condicionados, viram que não tinha condições. Porque não tem como suportar a carga de energia, todo tempo disparando. Isso já foi pedido por várias e várias vezes para resolver essa situação, porque segundo a Energisa, tem que fazer uma subestação de energia e até agora nós não obtivemos respostas”, comenta.
Mesmo com os constantes pedidos de ajuda à SEE, a solução para o problema se arrasta há anos, com a situação que se agrava desde 2022. A falta de resposta e de medidas efetivas para resolver a questão tem gerado frustração e descontentamento entre a comunidade escolar.
Diante da situação, a responsável pela aluna revela ter considerado a possibilidade de transferir a filha para outra escola. No entanto, a constatação de que outras instituições também enfrentam deficiências semelhantes evidencia a gravidade do problema, que afeta não apenas a Escola Clícia Gadelha, mas diversas unidades de ensino na região.

Além dela, outro insatisfeito é o coordenador pedagógico da Escola Clícia Gadelha, Jorge Neto, que também comentou a situação crítica enfrentada pela instituição de ensino nos últimos dois anos. Quedas constantes de energia, disparos nos disjuntores e curtos-circuitos têm prejudicado o funcionamento adequado da escola, que afeta diretamente o ambiente de aprendizagem.
Ele explica que além das falhas no sistema elétrico e de refrigeração, o prédio apresenta outros problemas estruturais, como azulejos quebrados e rachaduras nas paredes, o que evidencia a falta de manutenção adequada mesmo após uma reforma realizada há um ano e meio.
“Isso sem falar em outros problemas estruturais do prédio, que são os azulejos; eles quebram constantemente sozinhos, o forro do teto cai, o prédio está se movimentando, está rachando. Isso tudo após uma reforma, após a Secretaria de Educação ter entregue a escola reformada um ano e meio atrás”, comenta.

O laboratório de ciências, equipado com aparelhos essenciais para as aulas práticas, permanece inutilizável devido à instabilidade elétrica. Os relatos apontam que qualquer tentativa de ligar os aparelhos resulta em quedas de energia, evidenciando a gravidade da situação.
Além disso, os problemas se estendem até mesmo para áreas como a biblioteca, onde a falta de ar-condicionado compromete o conforto dos usuários. A preocupação da comunidade escolar vai além do desconforto e das dificuldades diárias. Há um temor latente de que a precariedade das instalações elétricas possa resultar em um incidente mais grave, como um incêndio, o que coloca em risco a segurança de todos os presentes na escola.
Resposta da SEE
Diante das denúncias, a SEE, por meio de uma nota divulgada nesta sexta-feira (15), prestou esclarecimentos a respeito da situação. A secretária enfatizou que existe um projeto de instalação de uma subestação de energia da escola que deve ser executado até segunda-feira (18).
Já sobre a infraestrutura, a nota informa que em 2022, foi feito um investimento para reforma da instituição, mas que a localidade em que a escola está instalada prejudica a estrutura.
Veja abaixo a nota de esclarecimento na íntegra
A Secretaria de Educação, Cultura e Esportes (SEE) informa que o projeto para a instalação de uma subestação de energia na Escola Estadual Clícia Gadelha foi aprovado e na próxima segunda-feira, 18, já terá início o trabalho de adequação da rede elétrica para o recebimento da subestação. A equipe gestora da escola tem sido informada sobre o andamento de todo o processo.
Quanto às questões estruturais, em 2022, a unidade recebeu investimentos de manutenção e reforços pontuais na infraestrutura; porém, é sabido também que, infelizmente, a Escola foi construída em uma região na qual o solo tem constante movimentação, o que acaba provocando esses problemas recorrentes.