Uma atividade com crianças no Horto Florestal, promovida pelo Saerb, abordou de forma lúdica temas como preservação ambiental e uso consciente da água. Mas, enquanto dentro do parque se fala sobre cuidado com o meio ambiente, do lado de fora a realidade é de abandono no saneamento básico em vários bairros da capital.
De acordo com um estudo do Instituto Trata Brasil, metade da população de Rio Branco não tem acesso à água tratada. Em algumas regiões, o abastecimento é irregular e, quando a água chega, moradores afirmam que ela pode vir turva e imprópria para consumo.
No bairro Hélio Melo, na Sapolândia, essa situação é vivida diariamente.
“A comunidade tem que se virar do jeito que dá. E eu já liguei diversas vezes para o chefe do Depazer pedindo uma explicação porque a nossa água está suja”, relatou uma moradora.
Na Cadeia Velha, o cenário é ainda mais crítico. Um córrego transborda desde a enchente do início do ano e até agora não passou por nenhuma limpeza ou manutenção. A água parada se tornou foco de mosquitos e larvas, e animais silvestres, como jacarés, circulam pelo local.
“Se der uma enchente como a de 2023, isso aqui vai transbordar e perturbar a vizinhança. A água é bastante suja, ela vem lá da baixada e desce aqui”, afirmou o presidente do bairro, Tharcísio Gomez.
A comunidade aguarda uma resposta há meses. Um ofício foi enviado à Secretaria de Cuidados com a Cidade solicitando manutenção, mas nenhuma medida foi tomada.
“A gente já protocolou ofício na secretaria e espera que a prefeitura venha atender esse pedido com a ajuda da imprensa. Porque os moradores pedem a nossa ajuda e a gente faz o ofício, mas quem pode realizar o serviço é a prefeitura”, reforçou Gomez.
Como a situação também envolve questões ambientais, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semeia) foi procurada.
“A gente sempre busca orientar os moradores sobre o correto descarte dos resíduos, ou outros tipos de infrações ambientais, se é o que está acontecendo nesse local específico”, disse a secretária Flaviane Augustini.
Fora do ambiente de conscientização, a realidade dos moradores mostra um contraste evidente: água suja, risco de contaminação, córregos sem manutenção e meses de espera sem resposta.
Com informações do repórter João Cardoso para TV Gazeta e editada pelo site Agazeta.net



