O Acre registrou mais um caso de feminicídio na noite deste domingo (19), na Invasão do Aeroporto, em Feijó. Elizete de Amorim Malveira, de 39 anos, foi morta por um tiro de espinguarda. O principal suspeito é o próprio companheiro da vítima, Elisangelo Sousa da Silva. Esse é o 10° caso registrado no Acre somente este ano.
Informações da Polícia Civil apontam que após uma discussão, o homem, com a posse de uma espinguarda, efetou o disparo contra a vítima. O corpo de Elizete foi levado ao hospital e posteriormente ao Instituto Médico Legal (IML), de Cruzeiro do Sul.
O homem foi preso em flagrante pela Polícia Militar quando tentava fugir por uma corrida por aplicativo. O motorista que fazia a condução também foi levado. Foi dado voz de prisão por feminicídio e durante a revista foram encontrados entorpecentes e munições com o suspeito.
De acordo com o delegado responsável, José Ronério, o procedimento a partir de agora será encaminhar o flagrante para o judiciário, e posteriormente virá a audiência de custódia.
Entenda os casos de feminicídio no Acre
Somado a esse caso, o Acre registra, em 2025, 10 casos de feminicídio. Os números ultrapassam os casos de 2022, quando houveram 9 registros, e de 2024, com 8 registros. O ano de 2025 se iguala ao ano de 2023 em números. Os dados são do Relatório de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, elaborado todos os meses pela Polícia Civil do Acre.

Para a advogada e conselheira do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher do Acre (Cedim-AC), Tatiana Martins, o sentimento de posse, o machismo e a violência naturalizada é o que pode levar o homem a cometer esse tipo de crime tão cruel quanto o feminicídio.
“Ao primeiro sinal de atitudes violentas por parte do seu companheiro você deve procurar ajuda, pois pode ser a próxima vítima e a família, amigos e vizinhos devem estar atentos aos sinais de violência, já que dificilmente a vítima consegue enxergar o relacionamento tóxico quando está envolvida no ciclo de violência. Por exemplo: isolamento social, mudança no comportamento, ciúmes e possessividade são alguns dos vários sinais que se evidenciam ao longo do relacionamento e que merecem atenção redobrada”, diz.
Canais de ajuda
Para combater a violência de gênero, é essencial que mulheres tenham acesso a redes de apoio e proteção. O acolhimento da vítima é essencial para romper o ciclo de violência e desvincular-se do agressor. É fundamental contar com uma rede de suporte, que pode incluir familiares e amigos, além de serviços especializados que oferecem assistência jurídica e psicológica.
As vítimas podem procurar a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) pelo telefone (68) 3221-4799 ou a delegacia mais próxima.
Também podem entrar em contato com a Central de Atendimento à Mulher, pelo Disque 180, ou com a Polícia Militar do Acre (PM-AC), pelo 190.
Outras opções incluem o Centro de Atendimento à Vítima (CAV), no telefone (68) 99993-4701, a Secretaria de Estado da Mulher (Semulher), pelo número (68) 99605-0657, e a Casa Rosa Mulher, no (68) 3221-0826.
“Entre os canais de denúncia, temos o 190 e o 180. Nós temos o atendimento, da sala Bem-me-quer, onde a gente acolhe, ouve, e faz um atendimento especializado, principalmente aqui na região de Tarauacá e Feijó. Esses projetos que incentivam a prestar o Boletim de Ocorrência e de imediato a gente ouve, representa com medidas protetivas e faz todo o procedimento previsto na Lei Maria da Pena, com a retirada da vítima da situação de vulnerabilidade, encaminhamento para casa de apoio e outras medidas que estão previstas na legislação”, explica o delegado José Ronério, responsável pelo caso de feminicídio em Feijó, em entrevista para o site Agazeta.net.
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