Vice de Tião e o candidato ao Senado são os ‘calos’
Após um 2012 de muitos esforços para garantir a eleição de Marcus Alexandre (PT) à prefeitura de Rio Branco e o desgaste do embate entre PT e PCdoB pela cabeça de chapa na sucessão municipal, a Frente Popular do Acre (FPA), bloco de partidos que há 15 anos governa o Acre liderado pelos petistas, encerra 2013 também com alguns problemas –sendo a maioria deles deixado para haver uma resolução somente em 2014.
O primeiro baque da FPA este ano foi a operação G7, realizada em 10 de maio. Secretários do governo e empresários foram presos acusados de formação de cartel para abocanhar as licitações do Estado. O episódio provocou a maior crise política já vivida pelo grupo desde 1999, quando subiu as escadarias do Palácio Rio Branco.
Passados seis meses desde então, a FPA tenta ao máximo passar uma borracha naquele “período negro”. Entre outubro e novembro o PT passou por uma das eleições internas mais acirradas neste mesmo intervalo de tempo. Os petistas se mostraram divididos, mas ao final prevaleceu a hegemonia da tendência Democracia Radical (DR), contando com a ampla mobilização do governo.
A Frente chega ao fim de 2013 tendo a vantagem de não precisar ir para o embate na discussão sobre quem será o candidato à reeleição ao governo. Tião Viana (PT) é o nome natural e aposta em sua boa avaliação e na força da máquina para assegurar o quinto mandato do PT no Acre.
O problema passa pelas discussões do vice de Tião e o candidato ao Senado. Por estar na segunda vez como vice-governador –sendo o reserva no governo Binho Marques (2007-2010) – César Messias (PSB) não pode mais formar a dobradinha. O fiel aliado PCdoB seria o da vez para indicar o vice do PT.
Mas os comunistas já descartaram a cadeira de vice, oficializando em agosto a deputada federal Perpétua Almeida como pé-candidata ao Senado. O problema é o PT, que também apresentou Anibal Diniz (PT) como o seu candidato natural por ocupar a cadeira deixada por Tião Viana no final de 2010.
Em público os dirigentes das duas siglas evitam acirrar o embate, mas nos bastidores se trava um verdadeiro cabo de guerra. O PCdoB afirma não estar disposto mais a ceder como ocorreu em 2012. Há hipótese até de rompimento em caso de insistência do PT em não fazer concessões. Ao final, petistas e comunistas asseguram que o entendimento será encontrado.
Outro ponto sem resposta continua sendo a vaga de vice. Esta semana o PEN apresentou dois nomes para o debate. Por ter a maior bancada na Aleac (Assembleia Legislativa do Acre), a sigla afirma ter o direito de integrar a cabeça de chapa.
A cúpula da Frente Popular trabalha para evitar a antecipação das eleições, por isso quer colocar todos os partidos à mesa somente em 2014. Até agora o PT não oficializou publicamente a candidatura de Tião Viana à reeleição, mesmo ele sendo o favorito.
A perspectiva é que até o fim do primeiro trimestre todo o tabuleiro da base governista esteja definido. Um dos fatores a influenciar como o grupo enfrentará as urnas são as pesquisas de intenção de voto, além de outros fatores como aprovação ou rejeição do governo nos principais colégios.