Emendas e remendas
Um dos motivos que levam o governo a não aceitar a aprovação da PEC do orçamento impositivo é o destino que este dinheiro seguirá nas mãos dos parlamentares e as ONGs beneficiadas por eles. Hoje não há regra para definir que tipo de entidades podem receber os recursos. Igrejas, ONGs, associações entre outros movimentos sociais são as beneficiários, sem uma fiscalização rigorosa da correta aplicação do dinheiro público.
Respingos
Tendo a ampla maioria das cadeiras, o governo sabe que qualquer escândalo na aplicação das emendas terá consequências diretas em sua imagem. Diante do histórico de encrencas de ONGs com verba estatal, segurar os pagamentos é a forma mais segura encontrada pelo Palácio Rio Branco.
Implicações
Além disso, palacianos não veem como correta a aplicação de dinheiro público em ONGs e outras entidades ditas sem fins lucrativos. Há o receio de que estas entidades beneficiadas pelas emendas sejam criadas em cima da hora, e o dinheiro acabe servindo para outros objetivos nada filantrópicos.
Em teste
Este será um duro embate para o governo em sua instável base aliada, sempre insatisfeita com o espaço ocupado, e pronta para se rebelar a qualquer momento, como foi no caso da PEC da pensão de ex-governadores. Agora o desafio do Executivo é bem maior, pois os parlamentares têm interesse direto.
Em teste 2
É provável que o governo da Frente Popular enfrente sua primeira derrota em quase 15 anos à frente do Palácio Rio Branco. Os deputados, porém, sabem que o preço depois será alto. Uma eleição se aproxima, e o apoio do Executivo é vital para todos eles; uma rebelião, por isso, seria desastrosa.
Sinalização
O primeiro sinal disso foi a derrota na comissão especial, ao a maioria destituir Geraldo Pereira (PT) da relatoria e colocar o oposicionista Chagas Romão (PMDB). Esta é uma evidência de que no plenário o Executivo vai ter resultado negativo, com oposição e situação deixando as diferenças de lado para um só objetivo.
Viagem prévia
E o líder do PSDB, Wherles Rocha, rebate a informação da coluna de que viajou para não participar da sabatina a Lourival Marques (Agricultura). Segundo ele, a viagem a Aracaju (SE) estava previamente agendada. A pauta da viagem é a PEC 300, de interesses dos policiais militares.
No prazo
O líder do governo, Astério Moreira (PEN), afirma que Lourival irá prestar esclarecimentos sobre o sumiço do milho em Plácido de Castro de forma espontânea. Segundo ele, o secretário por lá aparecerá quando o inquérito da Polícia Civil estiver concluído. As investigações estão em fase final.
Afinação
Os militantes do PSB e da Rede fizeram ontem a primeira reunião do Acre. Socialistas e marinistas tentaram repetir o encontro realizado na segunda em SP, onde Eduardo Campos e Marina Silva firmaram os pactos para a construção do plano programático dos dois partidos.
Campanha própria
Os membros do PSB acreano deixaram bem claro: não há nada de corpo mole na campanha presidencial da legenda em 2014 pelo fato de estar na Frente Popular, do PT de Dilma Rousseff. Seja Campos ou Marina, os socialistas vão cair estar empenhados ao máximo na campanha pedindo voto.
À Vaticano
O presidente do PSB/AC, Manoel Moraes, diz não acreditar numa aliança com o PV de Henrique Afonso (PV). Para ele, o deputado até agora não tem mostrado consistência programática de governo, focando o discurso só em questões religiosas. A meta do PSB é permanecer na Frente Popular.
Irmãos coragem
Quem esteve na Aldeia Nova Esperança relata que de fato a relação entre Jorge e Tião Viana não está das melhores. O governador não convidou o irmão senador para ir até Tarauacá de helicóptero, sendo Jorge obrigado a seguir uma viagem de quase oito horas dentro de uma voadeira.
Festança
A eleição para a escolha do novo presidente do PT no próximo dia 10 levará 800 militantes às urnas somente em Rio Branco. O partido está em fase de elaboração da logística para nada falhar durante o Dia D.
Mera coincidência
Enfim a novela mexicana do fuso horário chegou ao fim. A lei está sancionada e publicada no Diário Oficial. No mesmo dia que o partido de Tião Viana vai às urnas escolher o novo presidente, os acreanos precisam atrasar o relógio em uma hora. Serão três horas de diferença até o fim do horário de verão.
Darwinismo ao extremo
Este foi um duro embate político, que, querendo ou não, foi contaminado pelo cabo de guerra governo-oposição. O fato é que houve uma consulta popular, e o povo, muito dividido, decidiu pela volta do antigo fuso. Daqui para a frente é se readaptar (de novo) à velha hora. Mais um tempo os acreanos vão ser objeto de estudo dos darwinistas com tantas adaptação e readaptação.