O governador Gladson Cameli deve mesmo ir para o PSDB, após convites feitos pelo presidente do partido, o ex-ministro das Cidades Bruno Araújo, e pelo governador de São Paulo, João Dória. Isso muda muita coisa na conformação de forças partidárias aqui no Acre com impacto em 2020 e em 2022. A saída de Gladson do PP é negada por assessores.
O convite a Gladson foi feito pessoalmente pelo presidente do PSDB, Bruno Araújo, e pelo vice-governador do Acre, Wherles Rocha. Dória já conversou sobre esse assunto com Cameli, por telefone. Um encontro entre os dois governadores está agendado para acontecer no mês que vem. A direção do PSDB do Acre não quis adiantar detalhes. Só informou que o encontro deve acontecer em São Paulo e que “será especial”.
A provável migração de Gladson do Progressistas para o ninho tucano vem associada a um apoio estratégico em outro campo da direita regional: o apoio de Petecão ao MDB para Prefeitura de Rio Branco, colocando a esposa Marfisa Galvão como vice de Roberto Duarte.
O primeiro impacto dessa migração está no fortalecimento da candidatura do ex-reitor da Ufac Minoru Kinpara, recém-filiado ao PSDB: uma estratégia do vice-governador do Acre, Wherles Rocha, para pavimentar a meta do Major à candidatura ao Governo do Estado, descartando a já sugerida disputa ao Senado. Uma vitória de Kinpara fortaleceria Rocha para esse alvo e abriria espaço na disputa ao Senado a outro partido aliado dos tucanos.
Outra jogada estratégica está sendo formatada paralelamente. O partido cortejado é o MDB. E a sedução é conduzida pelo senador Sérgio Petecão. A oferta de Marfisa Galvão como vice da chapa liderada por Roberto Duarte é outro mimo cujo alvo é a candidatura do senador ao Governo do Acre que não interrompeu a campanha de 2018, acompanhado do anão Montana.
Dessa forma, duas fortes candidaturas à Prefeitura de Rio Branco vão sendo moldadas e esculpindo uma imagem para 2022 no campo dos partidos regionais de centro-direita.
Há um “caco” que, nesse processo todo, acaba fazendo algum barulho regional. A decisão de Gladson em possivelmente sair do PP deixa isolada a liderança de José Bestene, uma personagem importante para Cameli ganhar as últimas eleições.
No campo dos partidos de esquerda, impera o silêncio. Estratégico. Exceção feita ao deputado estadual Jenilson Leite (PSB).