Desde o início da manhã desta segunda-feira (05), cerca de 30 índigenas do povo Apolima-Arara ocupam a sede da Funai em Cruzeiro do Sul.
Segundo o cacique Francisco Siqueira Arara, o ICM-Bio, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, órgão do governo federal, tem demorado para concluir o processo fundiário das terras que pertencem aos indígenas na região do rio Amônia, município de Marechal Thaumaturgo, próximo à fronteira com o Peru. “Acho que falta compromisso não só com a causa indígena, mas também com os posseiros que estão na área”, disse.
Os indígenas alegam que sofrem ameaças. Na região há extração ilegal de madeira, entre outros problemas causados pela indefinição do governo. O impasse acontece por que a demarcação que ainda não foi oficializada ocupa parte de uma reserva extrativista onde vivem famílias tradicionais e outra área de um projeto de assentamento do Incra. “As pessoas tem trânsito livre ali para entrar e sair. Existem rotas dentro das terras indígenas que ligam o Brasil ao Peru e as providências devem ser tomadas o mais rápido possível”, cobra o cacique.
A ocupação da Funai reivindica ainda que a indenização para os posseiros seja liberada e de acordo com o líder do movimento continua, até que uma posição definitiva seja tomada. “Estamos fazendo contato com a Funai sede, que é a instância que decide sobre o ponto que eles estão reivindicando”, declarou Luiz Valdenir, coordenador regional da Funai em Cruzeiro do Sul.


