O presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (APEX) e ex-governador do Acre, Jorge Viana, participou do programa Gazeta Entrevista na última quinta-feira (3), onde abordou diversos temas, incluindo a gestão do presidente Lula e o abandono de importantes obras no estado. Viana, que governou o Acre entre 1999 e 2007, destacou feitos históricos de sua administração em parceria com o governo federal e demonstrou incompreensão em relação à revolta de parte da população contra o atual presidente.
Ao comentar os recentes índices de aprovação de Lula, que atingem 37% no Acre, Viana reforçou a importância de respeitar a opinião popular, mas se disse perplexo com a resistência de alguns eleitores em reconhecer os benefícios trazidos ao estado pela gestão petista. “Não tem presidente que tenha ajudado mais o Acre do que Lula. As nove pontes, as estradas asfaltadas, o Instituto Federal de Educação, o Hospital do Câncer. Foram obras fundamentais para o desenvolvimento do Acre”, afirmou.
Viana lamentou o abandono de projetos que marcaram sua gestão, como o Hospital do Câncer e o Hospital da Criança. Segundo ele, essas unidades, essenciais para a saúde pública local, hoje encontram-se desativadas ou subutilizadas. “Fui eu que construí o Hospital do Câncer. Antes, as famílias tinham que ir para Rondônia. Agora, não conseguem nem fazer o hospital funcionar”, desabafou.
O ex-governador também mencionou o apoio recebido dos presidentes Lula e Fernando Henrique Cardoso para realizar obras de infraestrutura que impactaram diretamente o Acre, como a Estrada do Pacífico e o Anel Viário. “Essas obras que nós entregamos e que pararam no tempo são reflexo da falta de continuidade. Quem está governando há seis anos não entregou o que prometeu. A cobrança virá”, ressaltou.
Por fim, Viana expressou sua frustração ao ver Rio Branco enfrentando problemas de abastecimento de água, apontando que a unidade de captação e tratamento de água, construída durante sua gestão, deveria suprir a necessidade da população. “Deixei uma unidade pronta que produz mil litros por segundo. Desde que saí, quantas novas unidades foram construídas? Zero. E nem conseguem administrar a que deixei pronta.”
Jorge Viana finalizou a entrevista demonstrando orgulho do que realizou no estado, mas preocupado com a falta de avanços nos últimos anos. Para ele, o abandono dessas obras representa não apenas um retrocesso, mas também uma falha em garantir a continuidade de políticas que beneficiariam a população.