Somadas, as penas chegam a 44 anos de prisão
Seis anos após o assassinato do vereador Fernando José da Costa o Pinté, os três últimos acusados pela morte foram a julgamento. O crime ocorrido em 1º de maio de 2010 marcou Acrelândia porque os atores envolvidos eram as maiores autoridades do município. Pinté foi morto por ordem do prefeito, á época, Carlinhos Araújo, que foi condenado a 18 anos de prisão.
A Justiça condenou Jhonatas Alves de Silva a 14 anos e seis meses de reclusão; Ivando da Silva Lang a 12 anos e seis meses e Carlos Henrique Pereira, o “Carlinhos Granada”, a 17 anos de prisão.
Nessa terça-feira, estavam no júri os acusados de serem os executores do assassinato: Jhonatas Alves da Silva e Ivando da Silva Lang. De acordo com a denúncia, a dupla invadiu a casa do Pinté, e esperou a vitima chegar de uma partida de futebol para executá-la com vários tiros. As armas do crime foram mostradas pelo ministério público.
O terceiro acusado é a Carlos Henrique Pereira, o Carlinhos Granada. De acordo com a promotoria, ele foi o primeiro pistoleiro contratado para por fim a vida de Pinté, mas decidiu “terceirizar o serviço”, chamando Jhonatan e Ivando.
De acordo com o promotor de Justiça Theotônio Rodrigues, Carlinhos Granada recebeu R$ 35 mil para matar o vereador, que era o presidente da Câmara.
A defesa alega que os três são inocentes. O defensor público Eufrásio Moraes explicou que o revólver usado no crime pertence a um homem chamado “Zezão”, que está foragido. “Não existe prova que faça a ligação das armas com os Jhonatan e o Ivando, que nem conheciam o Granada”, defendeu.
O dinheiro para matar Pinté foi repassado por Carlinhos Araújo, prefeito a época, três secretários municipais e a vereadora Maria da Conceição, mãe do prefeito. Carlinhos e o ex-secretário de administração Jonas Prado foram condenados a 18 anos de prisão, no primeiro julgamento.
Os secretários Joaba Carneiro e José Valcir e mãe do prefeito foram absolvidos. José Valcir faleceu em 2012 quando sofreu um acidente automobilístico.
Atualmente, o ex-prefeito e o secretário foram beneficiados com progressão de regime e cumprem pena no semiaberto. Os dois usam tornozeleiras eletrônicas. Jonas Prado está matriculado numa faculdade particular fazendo o curso de Direito.
O julgamento dos executores durou dois dias. Nesse período, o fórum de Acrelândia foi cercado por policiais civis e militares. O promotor Theotônio Rodrigues Soares explicou que Pinté foi assassinado porque ameaçou denunciar o prefeito por desvios de recursos da Educação.
Durante a fala, a filha de Pinté não parava de chorar quando foram narrados os detalhes do esquema para matar a vitima. Até o promotor ficou emocionado.
“É preciso acabar com esse processo e impor uma sentença para os acusados. No caso dos três executores, mesmo com uma pena alta, eles correm o risco de ficar em liberdade nos próximos dias. Ficaram seis anos presos e podem ser beneficiados com a progressão de regime”, disse o promotor.