Juiz entende que personagens não contribuem para debate
O juiz eleitoral auxiliar do TRE/AC, Jair Facundes, decidiu liminarmente pela retirada das personagens “Riquinho” e “Dona Flor” exibido durante a propaganda eleitoral gratuita da Frente Popular do Acre. O juiz entendeu que a trama “impede o justo debate e a defesa da pessoa ofendida”.
Nesse caso especificamente, a personagem “Riquinho” é uma alusão óbvia ao candidato ao Senado Gladson Cameli e a “Dona Flor” uma alusão à candidata Perpétua Almeida. No jogo dramático da Escolinha da Democracia, “Riquinho” (que sempre enaltece as riquezas do Amazonas) é um aluno de comportamento arrogante cuja única forma de conseguir o que deseja é por meio de dinheiro dado pelo pai, caracterizado pelo bordão “Papai Paga”, acompanhado do gesto popular de raspar o dedo polegar por cima do indicador.
Já “Dona Flor” é uma personagem cujo discurso sugere uma pessoa que conquista vitórias por mérito e trabalho. É justamente esse tratamento maniqueísta que o juiz entende que não contribui para o debate democrático que o quadro se propõe a fazer. A decisão não impôs a retirada do quadro. Mas, das duas personagens com esse perfil, “caracterizados de modo a remeter aos candidatos majoritários”. Os coordenadores da agência responsável pela propaganda da Frente Popular foram procurados pelo site AGazeta.Net, mas não foram encontrados.