Acareação foi feita por intermédio da Justiça
As famílias que ocuparam uma área de terra no ramal do Pica-pau, na região do Amapá, foram para a audiência de justificação na primeira vara cível de Rio Branco. Com tanta gente, a juíza Thais Khalil decidiu usar o auditório do antigo Tribunal de Justiça. A magistrada colocou frente a frente os invasores e o advogado Ariosto Pires Miguéis, que se diz proprietário da terra ocupada.
A invasão existe há um ano e meio, e na região existem mais de 700 pessoas. A maioria mora em barracos, mas já existem casas de alvenaria no local.
A juíza Thais Khalil ouviu das famílias a justificativa para a ocupação da área de 23 hectares. E quis saber se eles tinham alguma prova de que a terra não tem dono.
Elaine Ferreira, uma das líderes do movimento, explicou que todas as famílias que estão na invasão não tem onde morar, por isso ocuparam a terra. “Se tirar a gente de lá, não temos para onde ir. Muita gente construiu com dificuldades sua casa, fez benfeitoria, como é que vai sair agora?”, questionou.
O proprietário disse que tinha o projeto de fazer um loteamento, com redes de esgoto e água e energia elétrica. “Agora que o local foi invadido espero que a prefeitura negocie comigo para eu não ficar no prejuízo”, relatou.
Só que a decisão, se as famílias vão ficar ou não, será da Justiça. A audiência dessa quarta-feira (5) servirá de base para juíza Thais Khalil decidir se vai dar a reintegração das terras a Ariosto Pires Miguéis ou se as famílias vão poder ficar na área. Uma decisão que pode sair em menos de 15 dias.