Constantemente, crianças e adolescentes têm seu espaço invadido por adultos… seja por uma brincadeira, cócegas, o ato de ignorá-los ou não acreditar em sua palavra.
Diante disso, te convido a fazer uma reflexão: O QUE VOCÊ TEM FEITO PARA PROTEGER NOSSAS CRIANÇAS?
De acordo com Estatuto da Criança e do Adolescente é dever do Estado e de toda a sociedade proteger crianças e adolescentes.
Geralmente, só pensamos nesse assunto quando passamos a ter uma criança no nosso cotidiano, mas não deveria ser assim, não é mesmo?
Por isso, na coluna de hoje, trouxe um assunto muitas vezes visto como polêmico: o Abuso e a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.
A base de uma relação de confiança é uma via de mão dupla e isso deve ser cultivado todos os dias, principalmente pelos cuidadores (pais, professores, babás, avós…).
Por diversas vezes o adulto da relação tem dificuldade em pedir desculpas quando erra, o que dificulta a criança a se sentir 100% segura na relação – imagina uma amizade sua, que te magoa constantemente e nunca pede desculpas… você vai se sentir segura?
Desde novinhos ouvimos o famoso “ignora o choro dele que ele para” e de fato funciona, mas o troco de quê? Uma criança que aprende que quando ela chora seu cuidador não atende, se torna um adolescente que quando passa por uma dificuldade não conta aos pais. E isso é exatamente o que acontece diversos casos de abuso infantil: a criança ou o adolescente não conta para pais porque acham que não vão acreditar em sua palavra, que não serão acolhidos ou que ainda serão culpados pela situação.
Então como podemos contribuir para a prevenção da violência sexual contra crianças e adolescentes?
– Falar sobre o sexo e sobre o corpo da criança com ela de forma simples e direta. Ensinando os nomes dos órgãos íntimos de forma correta, para que sua criança saiba de fato o que são. Converse e explique QUEM pode pegar, COMO pode pegar e em que PARTES e MOMENTOS podem pegar.
– Ensine as crianças a falarem NÃO e ACEITE o não dela quando puder. Algumas crianças se sentem desconfortáveis em falar não para adultos e colegas, e o ato de respeitar o não dela irá fazer com ela saiba que não há problema em negar algo quando não se sente confortável.
– Estimule a masculinidade não-tóxica. Independente do gênero da sua criança, ensine a masculinidade sem estereótipos, como: “homem não chora”. Homens podem e devem construir relações genuínas com outra pessoa, expressando suas emoções e afetos. Esse ensinamento vai contribuir para quando as vítimas forem meninos (principalmente), eles saibam que podem falar sobre isso com alguém. E ensinar as meninas a não aceitarem comportamentos hostis vindos do parceiro.
– Não force carinho quando ela não quiser, não faça chantagem para conseguir carinhos, não utilize do argumento “sou mais forte” para conseguir o que quer, não ensine crianças a guardarem segredos dos pais, mesmo que inofensivos, não force a criança comer mais do que ela aguentou e não obrigue-a a dividir brinquedos (estimule o compartilhamento, mas sem forçar).
E por último: se você sabe que uma criança ou adolescente precisa de ajuda, DENUNCIE através do número 100.