*Rodrigo Pires
Recentemente, tive a oportunidade de passar um tempo na Califórnia e estudei no Vale do Silício, uma terra onde já é possível fazer compras no supermercado dentro do ônibus de superfície via smartphone.
Pedir um táxi é fácil, basta ativar seu GPS. Tudo prático, rápido, porque o tempo é, esse sim, caro e escasso. Chamou-me muita atenção o modo como as marcas convivem com os consumidores.
Era normal a gente caminhar por uma rua e de repente uma banda de qualidade começar a fazer um jazz, no meio da praça. E aí, no final, era um anúncio promocional de uma confeitaria. O detalhe de tudo isso é que não era chato. Não tinha ninguém implorando pra você entrar na loja.
Alguns empresários ainda precisam comprar a ideia que propagar não tem nada a ver com somente ofertar. “Ótimo, vamos fazer uma campanha, anote aí as ofertas. ”Propaganda boa invade o cotidiano das pessoas, muda hábitos, transforma hobbies e principalmente encanta”.
Hoje, o verdadeiro valor é de engajamento. Como conseguir que as pessoas adotem nossos ideais? Em Alcatraz, você encontra dentro da prisão no mobiliário dos anos 60,70 um freezer original “Coca Cola` da época. Fato é que quando o visitante está passeando pelo memorial e se depara com uma marca forte e atual e que ainda se faz “presente no passado” E isso ficou marcado na minha memoria ate hoje,ele compreende que boa marca é aquela que também, de alguma forma, marcou os momentos da sua vida.
Bom seria se nossas televisões, rádios, panfleto e até ações de rua tivessem mais da boa publicidade e menos ofertas.
Ambos vendem, mas somente um estilo marca.
*Rodrigo Pires é gerente de marketing da TV Gazeta