Maternidade Bárbara Heliodora acompanha tendência nacional
O Ministério da Saúde (MS) e a Agência Nacional de Saúde (ANS) divulgaram hoje (06) medidas para estimular o parto normal em todo o Brasil. No Acre, a tendência é a diminuição de partos por cesárea.
Segundo a enfermeira obstetra e apoiadora do Ministério da Saúde no estado, Gerlívia Angelim, o número de partos normais tem crescido gradativamente na principal maternidade pública do estado. “O hospital vem reduzindo a taxa de cesárea, mas estamos intensificando as ações para que esse número seja reduzido ainda mais”, disse.
De acordo com últimos levantamentos da Maternidade Bárbara Heliodora, em setembro, foram registrados 239 cesáreas e 278 partos normais; em outubro 206 cesáreas e 283 partos normais; em novembro, 194 cesáreas e 289 normais.
Os dados que demonstram a diminuição de cesáreas. Isso reduz também os gastos do Estado, além disso o parto normal é o mais indicado para as mães e seus bebês.
Levantamento no Brasil
Segundo dados do Ministério da Saúde, o percentual de partos cesáreos chega a 84% na saúde suplementar, ou seja, clínicas particulares. Na rede de saúde pública, o número é de 40%.
A cesárea, quando não tem indicação médica, ocasiona riscos à saúde da mãe do bebê: aumenta em 120 vezes a probabilidade de problemas respiratórios ao recém-nascido e triplica o risco de morte da mãe.
Ainda de acordo com o MS, cerca de 25% de óbitos neonatais e 16% de óbitos infantis no Brasil estão relacionados à prematuridade, ou seja, o parto antecipado do bebê, o que, na maioria dos casos, poderia ser evitado.
Medidas
Um problema sério apontado por Gerlívia é o número de cesáreas nas clínicas particulares, segundo ela o número chega a ser de 90% de partos através de cirurgia nas clinicas do Acre.
Com o objetivo de inibir o agendamento de cesáreas e evitar partos antes da hora, o Governo Federal anunciou nesta terça, o preenchimento de um partograma, um documento onde devem ser registradas todas as etapas do trabalho de parto da gestante.
De acordo com o presidente da Agência Nacional de Saúde, André Longo, a adoção do partograma deve forçar os médicos obstetras a esperar o início do trabalho do parto, fazendo assim, a cesárea apenas quando realmente necessário.
Além disso, o governo prevê como ação para este ano, a participação da Agência no Grupo de Trabalho coordenado pelo MS para a elaboração da Diretriz Clínica para o Parto; a promoção de um seminário sobre boas práticas na atenção ao parto e nascimento; o estímulo à habilitação de hospitais privados à iniciativa Hospital Amigo da Criança e da Mulher; e o desenvolvimento do Plano de Cuidado Nascer Saudável.
Também terá andamento o projeto piloto de atenção ao parto e nascimento implementado a partir de outubro de 2014 em parceria com o Hospital Israelita Albert Einstein e o Institute for Healthcare Improvement (IHI).