Obra de quase R$ 1 milhão foi inaugurada em grande estilo
O novo mercado popular do Rui Lino, reformado há 6 meses, está fadado ao fracasso. Dos 28 box que existem no local, mais da metade está de portas fechadas. A falta de clientes tem várias justificativas, mas o fato é que a obra que custou quase um milhão de reais não está cumprindo com o propósito pelo qual foi edificada.
O Mercado Alfredo Cruz do Nascimento, localizado na rotatória entre Rui Lino e Tucumã, mais parece uma galeria a ser inaugurada. Mas a obra foi entregue em dezembro do ano passado, no entanto não emplacou o comércio popular. Dos 28 box instalados no local, apenas 16 estão em funcionamento. Os demais permissionários não abrem as portas e os que vão trabalhar, muitas vezes, só ficam meio período. Com nenhum cliente para atender, a vendedora Andressa Oliveira aproveita o tempo para ler. “A gente passa o dia aqui e não tem movimento”, disse.
O vendedor de farinha Irtenilson Nascimento usa o Box apenas para embalar o produto que vem de Cruzeiro do Sul. No mercado, quase não vende nada. “Se eu ficar o dia inteiro vendo de dois a três quilos de farinha. De R$ 10,00 a R$ 15,00”, explica.
A obra de quase um milhão de reais foi inaugurada em grande estilo, com publicidade de que ali, haveria muita geração de renda.
Os poucos permissionários que restaram acreditam que o fracasso do mercado não se deve a um motivo apenas. Para eles, antes da reforma faltou ouvir a comunidade, em seguida houve erro no planejamento do espaço e por fim, faltou critério na entrega dos Box para algumas pessoas.
Antes da reforma, o mercado possuía 6 portas de acesso, agora só tem uma. A saída de emergência é escondida e estreita. Outro problema que segundo os comerciantes afasta o público é o comportamento de alguns permissionários descomprometidos. “Tem pessoas do mercado que ficam tomando cachaça na frente do mercado e isso não é uma imagem positiva para o mercado”, argumenta o comerciante Irtenilson.
Gilbert Albuquerque trabalha em frente ao mercado e já tentou várias vezes conseguir um Box. Devido a burocracia, as tentativas foram frustradas. Para ele, o mercado precisa de atrativos, para chamar a clientela. “Foi proposto por nós que trouxessem uma lotérica. As pessoas que viessem pagar contas, fariam compras aqui”, conclui.
A panificadora comunitária só ficou na placa. Nunca entrou em funcionamento e seria um atrativo importante para o local. No bairro não existe nenhuma padaria, e com a opção tão perto, aumentaria o fluxo de clientes no mercado.
Segundo o administrador do mercado Carlos Louzada, providencias serão tomadas para contornar a situação. “Estamos lingando para os permissionários que estão com as chaves que venham abrir as portas pra que o mercado tenha mais vida. Caso não estejam interessados que devolvam as chaves para repassarmos para outros permissionários”, explicou.