Com o tema “Belas Adormecidas: Redespertando a Moda”, a anual exposição do Met Gala aconteceu neste dia 6, primeira segunda-feira do mês de maio, no Metropolitan Museum of Art, em Nova York. Comandado pela editora da revista Vogue norte-americana, Anna Wintour, o evento reúne os maiores nomes da moda mundial.
Apesar do tema da exposição, o dress code da noite de gala – que não é o mesmo do tema – foi inspirado no conto de Ballard, “Jardim do Tempo”, sobre o Conde Axel e seu jardim. Porém, existe uma ligação.
No conto, Axel vive com a esposa em uma vila cheia de livros raros, artigos de arte e pinturas. A propriedade deles possui um lago e um jardim mágico, com flores de cristal que têm poderes de voltar no tempo. Entretanto, do lado de fora da propriedade, o mundo é um grande terreno vazio.
Certo dia, um exército invasor ameaça acabar com a paz do casal. o Conde Axel decide usar o jardim mágico e, toda vez que ele corta uma flor, o tempo volta e o exército ameaçador recua. Porém, as flores cortadas não voltam a crescer e não nascem novas no lugar. Depois de muito tempo cortando as flores e voltando no tempo, restam apenas duas.
Axel e a esposa se preparam para o inevitável e guardam os livros raros, artigos de arte e pertences valiosos. Assim, eles cortam as últimas flores do jardim e dizem adeus à vida perfeita, à vila e, têm os pertences são destruídos.
O conto reflete sobre a evolução da história humana e o ciclo de criação e destruição. Com isso, pode-se dizer que o tema e o dress code são unidos pela ideia da deterioração inevitável e da beleza sob o efeito do tempo e da natureza. Recriações de peças históricas e de arquivos seriam bem-vindas no Met deste ano.
Os coanfitriões da noite, as estrelas da música latina Bad Bunny e Jennifer Lopez, a atriz norte-americana Zendaya e o ator australiano Chris Hemsworth, juntaram-se à Anna Wintour e recepcionaram os convidados.
Com maestria, Zendaya foi, de longe, a mais bem vestida da noite, com direito a dois looks. O primeiro, um vestido Maison Margiela assinado por John Galliano, recriando um outro vestido da Christian Dior, de 1999, feito pelo próprio Galliano enquanto diretor-criativo da casa francesa.

O segundo, usado para a atriz fechar o white carpet, um vintage da grife Givenchy, da coleção de alta-costura verão 1996, estreia de John Galliano na casa. Além de um o chapéu, também de arquivo, da coleção verão de 2007, da inglesa Alexander McQueen, assinado por Philip Treacy.

Outro nome que brilhou nesta segunda-feira foi a cantora Ariana Grande, que, além de subir as escadas do Museu, foi a atração musical do evento. Para passar pelo tapete, Grande usou um vestido customizado da marca Loewe, assinado por Jonathan Anderson. Em entrevista, Ariana contou que o vestido foi inspiração em sua pedra de nascimento, a Madrepérola.

Para a apresentação, Ariana vestiu Maison Margiela de John Galliano. Uma peça da última coleção de alta-costura da casa, com espartilho, transparência e mistura de cores que deram vida ao palco montado para a apresentação da cantora.

Lana Del Rey também brilhou na noite mais importante da indústria da moda mundial. Com um customizado Alexander McQueen, a cantora alternativa utilizou de tules para dar vida ao vestido com galhos secos e espinhentos de rosas. Na cabeça, também galhos entrelaçados que formam um chifre de cervo e, nas pontas dos dedos das mãos, uma rosa viva.


Uma menção mais que honrosa à grife Balmain. Atualmente comandada por Olivier Rousteing, a marca foi um dos destaques da badalada noite em Nova York. A primeira grande aparição da francesa nas escadas se deu com a cantora Tyla – que recém lançou seu primeiro álbum de estúdio, autointitulado – com um vestido feito de areia e com uma ampulheta na mão, em total referência ao dress code “Jardim do Tempo”. Tyla representa a areia da ampulheta, ou seja, o tempo.

Quando achavam que Rousteing não poderia se superar, Elle Fanning chega com um modelito feito em vidro – sim, vidro – e prende a atenção de todos os fotógrafos só para ela. A maquiagem com o aspecto de molhado, os pássaros no ombro e o vestido fazem total referência ao conto de Ballard. Com o modelo, a atriz representa uma fonte de água do jardim mágico.

