A proposta de transferência ado Centro Pop, atualmente localizado no centro da cidade para o bairro Castelo Branco, em Rio Branco, tem gerado forte resistência dos moradores da região. A nova sede deve ser instalada onde antes funcionava a Casa Ruama.
O impasse, no entanto, vai além das questões logísticas e estruturais. A comunidade local já coletou mais de 400 assinaturas em um abaixo-assinado contra a mudança. Para os moradores, a transferência do serviço pode agravar problemas de violência, uso de drogas e insegurança, que, segundo eles, já afetam a região.
Um dos principais articuladores do protesto é o comerciante Afonso, morador do bairro há 38 anos. O seu estabelecimento fica bem em frente ao imóvel pretendido pela Prefeitura. “Está um caos. A gente fala com educação, mas eles vêm com ignorância, alguns até armados. Meu mundo não é de violência. Fiz o abaixo-assinado, estou usando todas as ferramentas para que não venham”, afirmou.
Além do abaixo-assinado, duas reuniões já estão marcadas para discutir o impasse. A primeira será no CRAS, no dia 11 de abril, e a segunda, na Câmara Municipal, no dia 16. Caso o debate institucional não avance, os moradores prometem manifestações nas ruas do bairro Sobral, com bloqueios na principal via de acesso.
“A segurança pública prende, mas a Justiça solta. No outro dia, está tudo de volta. Vai virar vadiagem aqui. Nossa população vai ser afetada. Vamos fechar a rua até que tomem uma medida que nos atenda também”, declarou outro morador.
A principal preocupação da comunidade é que a instalação do Centro Pop leve a um aumento do fluxo de pessoas em situação de vulnerabilidade na região, o que, para eles, pode piorar ainda mais os problemas já enfrentados.
“Já tem morador de rua na frente. Se o Centro Pop vier para cá, isso vai aumentar. A gente teme que eles comecem a montar barracas e que o uso de drogas se torne mais comum aqui. A situação vai piorar, não temos dúvida disso”, disse uma moradora.
A Prefeitura ainda não se pronunciou oficialmente sobre a reação da comunidade, mas diz que o objetivo da mudança é ampliar e qualificar o atendimento à população em situação de rua. O Ministério Público acompanha a pauta como forma de garantir que a nova sede atenda critérios técnicos e sociais.
Com informações do repórter João Cardoso para TV Gazeta