A Polícia Civil do Acre descartou a hipótese de latrocínio na morte do ativista cultural e colunista social Moisés Alencastro, encontrado morto dentro do apartamento onde morava, em Rio Branco. Segundo a investigação, a subtração de bens ocorreu após a vítima já estar morta, o que muda o enquadramento jurídico do caso.
A informação foi confirmada pelo delegado Alcino Ferreira, durante coletiva de imprensa. De acordo com ele, embora objetos pessoais tenham sido levados, não há indícios de que o crime tenha sido cometido com a finalidade inicial de roubo.
“Às vezes pode ter a falsa impressão de que, pelo fato de ter subtração de bens, necessariamente seria um latrocínio, mas essa verdade não é absoluta. Pelo que foi apurado até agora, houve primeiro o homicídio e, depois, a subtração”, explicou.
Subtração ocorreu após a morte
Conforme a Polícia Civil, foram levados o telefone celular, o veículo e outros pertences pessoais de Moisés. No entanto, a dinâmica apontada pela investigação indica que os objetos foram retirados depois do crime, o que caracteriza um concurso material de crimes.
“O que a gente observa é um homicídio qualificado seguido de um furto. Não parece, a priori, que tenha sido um matar para roubar”, afirmou o delegado.
Ainda segundo Alcino Ferreira, tentativas de uso dos cartões bancários da vítima ocorreram somente após o crime, inclusive com registro de tentativa frustrada em um comércio.
Outro ponto destacado pela investigação é a ausência de sinais de arrombamento no apartamento onde Moisés foi morto. Para a polícia, isso indica que as pessoas que estavam no local entraram de forma consensual.
“Não há sinais de violação. Isso faz crer que eram pessoas do relacionamento da vítima, possivelmente amigos, e que ali dentro pode ter ocorrido um desentendimento que levou ao óbito”, disse.
Crime ainda não está totalmente esclarecido
Apesar da autoria já estar definida, a Polícia Civil informou que o caso ainda está em apuração e que pode haver uma segunda pessoa envolvida no assassinato.
“A gente acredita que tenha uma segunda pessoa envolvida também, que ainda será objeto de aprofundamento das investigações”, afirmou o delegado.
Laudos periciais, incluindo o exame cadavérico, ainda são aguardados para o fechamento técnico do inquérito.
Relembre o caso
Moisés Alencastro foi visto pela última vez no domingo (21). Após o desaparecimento, o carro dele foi encontrado abandonado na estrada do Quixadá, e, posteriormente, o corpo foi localizado no apartamento, no bairro Morada do Sol, com múltiplos golpes de faca.
O óbito foi confirmado pelo Samu, e o caso segue sob investigação da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).



