Fotos retratam a violência sofrida por mulheres
O Ministério Público deu inicio nesta quarta-feira (13) a exposição “Retratos da Violência Obstétrica”, no Via Verde Shopping. A amostra faz parte das comemorações ao Dia Internacional da Mulher.
As imagens são fortes e chocantes. São cenas de mulheres vítimas da violência obstétrica. O assunto, que é tão grave e presente na vida de muitas pessoas, ainda é pouco debatido. O Ministério Público do Acre, por meio da promotoria de Saúde, decidiu que era a hora de se falar sobre esse tipo de crime. “A importância é informar a população a cerca da violência obstétrica, que ela existe, ela é real. As fotos retratam, são cenas realmente fortes que nos fazem pensas que temos muito ainda o que avançar, explicou a procuradora-geral de justiça”, explicou a procuradora-geral de Justiça, Kátia Rejane.
Nas fotografias, em preto e branco para representar o luto dessas mulheres, relatos de mães que sofreram agressão no atendimento obstétrico.
O promotor de Saúde, Gláucio Oshiro, um dos idealizadores dessa exposição, explica que não existe, exatamente, o crime de agressão obstétrica, mas sim práticas que configuram o crime, “a gente identificou o aumento de reclamações de praticas de violência, no entanto a gente precisa, com esse canal de comunicação que vai ser criado do site do Ministério Público, a gente vai conseguir condensar e consolidar estatisticamente o número de pessoas. Mas de fato ainda é uma violência desconhecida, está sob uma demanda invisível, que a partir desse momento com a divulgação do site, inauguração do site nós vamos conseguir maiores informações e maior enfrentamento.”
Também presente à abertura da exposição, o secretário municipal de Saúde de Rio Branco. Oteniel Almeida citou que essas práticas são sim denunciadas e que as ações para reverter essa triste realizada estão cada vez mais presentes no município. “No pós-parto, nós já temos a decisão de que as mulheres ao terem seus filhos no Sistema Único de Saúde retornam pra unidade de saúde pra fazer o acompanhamento do puerpério, que são os 45 primeiros dias, e neste momento nós temos identificado que nas maternidades tem acontecido isso e nós estamos dando o devido encaminhamento.”
Da teoria à prática, Ana Paula Cembranel é uma das mulheres que lutam pelo fim da violência obstétrica. Ela é doula, um tipo de assistente de parto que acompanha a gestante desde o início da gravidez até os primeiros meses após o nascimento da criança.
Hoje, grávida de sete meses, Ana Paula está à frente de ações como essa do Ministério Público do Acre. A bandeira que ela defende é garantir que nenhuma mulher sofra agressão obstétrica durante o período que deve ser vivido como um dos melhores de suas vidas. “Auxiliar outras mulheres a terem momentos como eu tive, de trazer ao mundo os meus filhos de forma respeitosa e isso não vão além do que a gente pode.”