Confederação Nacional do Comércio prevê aumento de 3,8% nas comercializações
“O Natal deste ano terá um sentimento diferente, já que vemos que estamos num processo de retomada da economia. As expectativas são grandes para este cenário, que com certeza será bem diferente do mesmo período em 2020. Com certeza, precisaremos de mais gente para atender a esta demanda”. As palavras do diretor de uma das maiores marcas de cosméticos nacional, Rafael Figueiredo, expressam bem a projeção da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) quanto às contratações temporárias ao final do ano. Segundo a entidade, 94,2 mil trabalhadores devem atender ao aumento sazonal das vendas natalinas.
A CNC prevê ainda um aumento de 3,8% nas comercializações quando comparado com o mesmo período do ano passado. Em 2020, a principal data comemorativa do comércio coincidiu com a segunda onda da pandemia do novo coronavírus, o que fez com que a contratação de temporários para o Natal fosse a menor em cinco anos (68,3 mil). O presidente da CNC, José Roberto Tadros, destaca que a mudança de cenário em 2021 renova a esperança dos varejistas. “Os estabelecimentos comerciais estão voltando a receber um fluxo maior de consumidores e, consequentemente, têm registrado avanços sucessivos nas vendas desde abril deste ano”, afirma Tadros.
No Acre, o superintendente do Sistema Fecomércio-Sesc-Senac/AC, Deywerson Galvão, reforça as afirmações de Tadros. “Neste ano, muitas pessoas já completaram a imunização, ou ao menos, tomaram a primeira dose. Isto significaria que nossas expectativas são as melhores, principalmente tendo em vista a pesquisa realizada nacionalmente pela CNC”, explica.
Regionalmente, São Paulo (25,55 mil), Minas Gerais (10,67 mil), Rio de Janeiro (7,63 mil) e Paraná (7,19 mil) concentrarão mais da metade (54%) da oferta de vagas. Os maiores volumes de contratações deverão acontecer nos ramos de vestuário (57,91 mil vagas) e de hiper e supermercados (18,99 mil). Fabio Bentes, economista da CNC responsável pelo estudo, lembra que as lojas de vestuário, acessórios e calçados são, historicamente, as que respondem pela maior parte dos empregos temporários neste período do ano. “Enquanto o faturamento do varejo cresce em média 34% na passagem de novembro para dezembro, no segmento de vestuário o faturamento costuma subir 90%”, ressalta Bentes.
Salário médio cresce
Segundo os cálculos da CNC, o salário médio de admissão para as vagas temporárias no Natal deverá ser de R$ 1.608, valor 5,1% maior em relação a igual período do ano passado. Assim como em 2020, os maiores salários deverão ser pagos pelas lojas especializadas na venda de produtos de informática e comunicação (R$ 1.866) e pelo ramo de artigos farmacêuticos, perfumarias e cosméticos (R$ 1.647) – contudo, esses segmentos deverão responder por apenas 0,8% das vagas totais.
Em relação às profissões, a Confederação estima que oito em cada dez vagas criadas devem ser preenchidas por vendedores (60,7 mil) e operadores de caixa (15,2 mil). Farmacêutico (R$ 3.373) e gerente administrativo (R$ 3.054) devem receber os maiores salários médios.
A taxa de efetivação dos temporários após o Natal deverá ser maior do que nos últimos cinco anos, com a expectativa de absorção definitiva de 12,2% desses trabalhadores. “As incertezas quanto à rapidez no combate aos fatores que têm dificultado uma evolução ainda mais favorável das condições de consumo e os desdobramentos decorrentes da crise hídrica tendem a impedir uma taxa de efetivação próxima àquelas observadas antes de 2016”, explica Bentes.