Bancos de areia dificultam transporte em Assis Brasil
Os produtores rurais e pescadores de Assis Brasil começam a contar os prejuízos com o baixo volume do Rio Acre, que, em determinadas áreas, ameaça apartar.
Na região, são comuns enormes bancos de areia no meio do leito. Muitas vezes sobra apenas um pequeno espaço entre o barranco e a montanha para os barcos passarem. O casal de produtores rurais Rosa e Osmildo Rocha conseguiu trazer uma pequena parte da melancia que produziu.
Com o leito tão baixo, o barco não pode trazer muito peso. “Vamos ter que dar várias viagens para conseguir trazer tudo. Desse jeito lá se foi nosso lucro”, reclamou.
Quem arrisca a navegar na região sabe que vai usar muita força. Encontramos uma família indígena que tentava voltar para a aldeia, que fica a três horas da parte urbana de Assis Brasil. Para romper os bancos de areia, forçaram tanto o motor do barco que danificou. A mulher tentava com uma vara empurrar e embarcação, mas era impossível vencer a areia presa no casco.
O tempo de uma viagem de barco dura até três vezes mais no verão. É prudente sempre levar alguém para ajudar nos momentos mais difíceis.
A pesca também ficou prejudicada. A associação dos pescadores informou que é preciso viajar três dias descendo o rio para encontrar os peixes em locais que formam buracos, chamados de “poços”. Na parte rasa, sem oxigênio, muitos peixes morreram.
Em Assis Brasil, o igarapé Jeferí, que divide as fronteiras de Peru e Bolívia, deságua no Rio Acre. Com pouco volume, está parecendo um pequeno canal. Em outro ponto, a areia forma barreiras e a água fica parada, com o tempo ganha um lodo logo se evapora com o sol forte.
Assista aos vídeos produzidos pelo repórter cinematográfico Josenir Melo feitos na região.
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