Três foram presos, oito foram alvos das diligências; 12 mandados judiciais
Fotos: Diego Gurgel
Por Marcio Souza para TV Gazeta
A Polícia Civil do Acre (PCAC) apresentou na manhã desta segunda-feira,27, por meio de uma coletiva de imprensa, os resultados da primeira fase “Operação Dínamo”, que tem como objetivo proibir o furto e receptação de fiação na capital acreana. Três foram presos, oito foram alvos das diligências, e 12 mandados judiciais foram autorizados pela Terceira Vara Criminal de Rio Branco.

De acordo com as informações policiais, os sucatões estavam distribuídos por vários bairros, como Papoco, Cidade Nova, Loteamento Praia do Amapá, Montanhês, Mocinha Magalhães, Cadeia Velha e Calafate.
Os presos recebem o nome de ratos pelos investigadores. Durante entrevista da coletiva no fim da manhã, o delegado responsável, Roberth Alencar, apresentou o resultado da operação.
“Interdição de dez estabelecimentos comerciais clandestinos com extração e destruição de todos os objetos, apreensão de todos os celulares e equipamentos de informática dos proprietários e responsáveis pelos os estabelecimentos. A prisão de três pessoas, uma em flagrante e em delito, por porte irregular de arma de fogo, por receptação, cumprimento de mandato judicial, que era um dos foragidos”, explica Alencar.
Essas imagens mostram um sucatão clandestino localizado na rua Ipase, no Centro de Rio Branco. Todas essas pessoas estavam dentro do imóvel que, além de servir de depósito de produtos furtados, entre eles os fios de cobre, era também uma espécie de refúgio para pessoas em situação de rua responsáveis por esses furtos e até assaltos na região central e Parque da Maternidade.

O local foi interditado pela Polícia Civil durante a primeira fase da Operação Dínamo, que teve apoio da Polícia Militar do Acre, os investigadores acompanharam as ações dessas pessoas durante três meses.
Nos últimos cinco anos de investigação da Polícia Civil, 2,4 mil boletins foram registrados em relação a furtos de fio, sendo 19 por receptação.
De acordo com a Polícia Civil, as pessoas em situação de rua fazem parte de um esquema, que tem como foco os fios de cobre, eles são responsáveis pelo trabalho chamado de braçal, ao furtarem os fios, levam até os sucatões clandestinos, que posteriormente repassam para os sucatões legais. Com os estabelecimentos registrados, que por sua vez, prensam e encaminham para fora do estado.
“Para eu comprar cobre, tenho que ter o relatório, cadastro da pessoa que está vendendo. Então, esse intermediário de sucata clandestina funcionava como vendedor de ilegalizados. Eles compram roubados, e vende como se fosse legalizado”, acrescenta o delegado.

O diretor geral da Polícia Civil, Henrique Maciel, e o secretário adjunto de justiça, Evandro Bezerra, enfatizaram que as investigações seguem e devem se estender para o interior do estado.
“Essa é a primeira etapa dessa investigação, irão ter outras etapas. Mas, quero dizer que a Segurança Pública e a Polícia Civil e os demais órgãos de segurança não deixaram de fazer o trabalho”, diz Maciel.
“Certamente é o início de operações que virão para desarticular uma verdadeira organização criminosa, que age com esse tipo de ação. Nós ratificamos o trabalho da segurança pública e quem dá essa reposta efetiva”, salienta Bezerra.
O comandante geral da Polícia Militar, Luciano Dias, citou que o problema deve ser enfrentando de forma integrada.
“É um problema complexo que o Brasil inteiro sofre, e aqui em Rio Branco a gente já vinha com essa problemática há algum tempo, mas, atuando com ações preventivas e ofensivas. Agora, um passo importante depois de um longo e profissional trabalho”, afirma o comandante.
Por fim, o representante da Prefeitura de Rio Branco, coronel Bino, destacou mais uma ação para coibir esse tipo de crime, responsável por um prejuízo de R$ 5 milhões aos cofres do município.
“A gente inicia um grupo de trabalho encarregado de elaborar uma política de recompensa para denuncia em relação a receptadores. Em breve a gente vai ter a edição de uma lei para fortalecer ainda mais esse combate e que o município vai recompensar aquelas denúncias que realmente tiverem fundamentação. E que consigamos alcançar essas pessoas que compõe essa organização criminosa”, finaliza o representante.