O advogado Fábio Santos, pai do jovem árbitro Ruan Rhiler Rodrigues Santos, de 23 anos, intensificou nesta semana a cobrança por justiça após a morte do filho em um acidente de trânsito na Estrada de Porto Acre (AC-10). Como forma de protesto, ele acorrentou a motocicleta destruída usada por Ruan no dia da colisão a um outdoor instalado às margens da rodovia, onde também mandou fixar a frase: “Sua voz não será silenciada. Justiça por Ruan.”
O outdoor é um dos três painéis espalhados pela cidade, próximo ao Tribunal de Justiça, na Cidade da Justiça e na entrada da Vila do Incra. No ponto da Vila do Incra, a moto que virou símbolo da tragédia permanece acorrentada ao lado da estrutura.
“Quando uma vida é tirada no trânsito, famílias se destroem”, desabafou o pai, que levou o veículo do pátio do Detran após pagar guincho e taxas para usar a moto como símbolo do protesto.
Em vídeo recente, Fábio criticou o silêncio do poder público local.
“Nenhum pronunciamento, nenhum apoio, nenhum repúdio. Nada. Enquanto os envolvidos seguem suas vidas, nós seguimos com a dor”, lamentou.
“Quem dirige de forma irresponsável não tira só uma vida: destrói uma família inteira. Justiça por Ruan.”
O acidente
Ruan morreu na manhã de 8 de novembro, no km 18 da AC-10. Ele seguia de moto para a propriedade do avô quando foi atingido de frente por uma caminhonete SW4 conduzida pelo pastor Roberto Coutinho.
Segundo o Batalhão de Policiamento de Trânsito (BPTran), o motorista trafegava em alta velocidade no sentido Porto Acre/Rio Branco, invadiu a contramão e colidiu violentamente contra a moto.
Com o impacto, o jovem foi arremessado contra o para-brisa e caiu sobre o teto da caminhonete, morrendo ainda no local. O trecho está em obras de recapeamento realizadas pelo Deracre.
O pastor permaneceu no local, prestou assistência e foi conduzido à delegacia, sendo liberado após prestar depoimento.
Instituto Ruan Santos vai oferecer apoio a vítimas
Para transformar a dor em ação, a família criou o Instituto Ruan Santos, que oferecerá assistência gratuita a vítimas de acidentes de trânsito e seus familiares a partir de janeiro.
O instituto carrega o lema: “Mão que Guia, Voz que Luta, Vida que Importa.”
A iniciativa contará com trabalho voluntário e busca orientar pessoas que, como a família de Ruan, enfrentam perdas bruscas e traumáticas. O jovem árbitro deixou uma filha de seis anos, que segue recebendo acompanhamento psicológico.
Com informações de Rose Lima, para a TV Gazeta.



