Falta de profissionais prejudica a inclusão
As aulas na rede municipal de educação iniciaram no dia 11 de março, mas as unidades ainda enfrentam problemas. Pais denunciam a falta de professores mediadores para as crianças autistas.
Daniela Rocha passa por esta situação. O filho dela estuda na escola Jorge Félix Lavocat, mas até agora não foi providenciada uma solução para atender as necessidades da criança. “Na escola ele não tendo a presença do mediador é bem complicado pro ensino dele, pro aprendizado dele, então nós solicitamos a inclusão. Tem crianças que não estão indo à escola.”
Segundo o presidente da Associação Família Azul, Abrahão Púpio, esse problema ocorre todos os anos. Mesmo com o laudo médico comprovando o autismo da criança, nem sempre o mediador chega a tempo, o que pode prejudicar o ensino escolar.
Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), apontam que no Acre deve ter entre 9 e 10 mil pessoas com autismo, o que agrava esse quadro. “Nesse momento ainda tem dezenas de pais e mães reclamando que ainda não chegou mediador , como o autismo é um problema que trás as crianças sérias questões de comportamento, de relacionamento, de aprendizagem, boa parte dos casos de autismo está associada ao retardo do desenvolvimento intelectual, a ausência do professor mediador não gera inclusão.”
A secretaria municipal informou que há 1.800 professores, entre efetivos, provisórios e de educação especial, como mediador, cuidador e de atendimento educacional especializado. Dessa forma, a demanda é atendida dentro do possível, mas o custo para isso é elevado.
De acordo com o secretário de educação municipal, Moisés Diniz, o financiamento está acabando, “essa demanda da sociedade é justa, justíssima, o pai tem direito a fazer essa reivindicação, ter o cuidado do seu filho com deficiência na escola, mas o financiamento está acabando. Ou a sociedade dialoga conosco um caminho pra resolver, ou daqui há poucos anos isso vai estourar.”