Governo sinaliza disposição em apoiar a comunista
Após muita resistência e indisposição em ceder a cadeira do Senado para um aliado, o governo do PT aos poucos vai mostrando disposição em apoiar a deputada federal Perpétua Almeida (PCdoB) como a candidata única da Frente Popular.
Nas últimas semanas passou a ser comum ver a deputada em companhia da principal peça capaz de definir os rumos da base em 2014: o governador Tião Viana (PT). A afinidade entre os dois se intensificou desde meados de novembro.
Se antes petistas mais radicais eram categóricos em afirmar que iriam lutar até o último minuto para o partido continuar com a cadeira, o tom de membros do Palácio Rio Branco passou a ser outro. Os palacianos definiram que o critério para a escolha do candidato será o bom desempenho dos principais nomes da FPA nas pesquisas.
Além de Perpétua, o senador Anibal Diniz (PT) também luta para obter o apoio do governo. Mas a pouca capacidade eleitoral do petista é um empecilho para seu projeto. O nome da deputada comunista é o e mais bem avaliado entre os pré-candidatos ao Senado, incluindo aí nomes da oposição.
Esta vantagem é vista como essencial para Tião Viana assegurar um segundo mandato. Palacianos avaliam que a candidatura de Anibal demandaria bastante esforço da Frente Popular, o que poderia prejudicar a campanha de reeleição de Tião Viana.
O objetivo é evitar o efeito de 2010, quando toda a cúpula se centrou na candidatura de Edvaldo Magalhães (PCdoB) ao Senado, e ao final Tião teve uma vitória apertadíssima.
Com Perpétua Almeida, o governo avalia que terá “despesas políticas” menores. Além da vantagem nas pesquisas, o objetivo é deixar o PCdoB empenhado tanto na candidatura ao Senado quanto ao governo.