No Acre, profissionais debatem sobre doença
No dia Internacional da doença de Parkinson, profissionais e estudantes da área de Saúde participaram de capacitação sobre o tema em Rio Branco. Neurologistas alertam para a importância do diagnóstico precoce da doença, que pode representar mais qualidade de vida ao paciente.
Segundo a Academia Brasileira de Neurologia, existem no Brasil cerca de 300 mil idosos diagnosticados com a doença de Parkinson. A enfermidade afeta o cérebro prejudicando a coordenação motora e provocando tremores.
O dia 11 de abril foi escolhido para debater sobre a doença, porque é a data de nascimento de James Parkinson, que foi o primeiro médico a fazer análise e descrição da doença no ano de 1817.
Hoje, em Rio Branco, foram promovidas palestras, principalmente para atualização dos profissionais de Saúde. “A família, às vezes, pensa que o idoso naturalmente vai andar mais devagar e vai ter problemas de equilíbrio. Isso pode acontecer com o envelhecimento, mas a gente precisa ficar atento. A doença causa lentidão dos movimentos, a pessoa vai ficar com dificuldade de locomoção, nem sempre tem o tremor”, explica o médico neurologista Marcus Vinícius Della Coletta.
No Acre, não existe estatística de quantos pacientes foram diagnosticados com a doença, por que não há atendimento específico para esse público. “Geralmente os pacientes com Parkinson são atendidos na rede básica. O neurologista e o geriatra podem dar o diagnóstico. Então, por isso, é preciso conhecer”, explicou Mariazinha Leitão, presidente da Abraz (Associação Brasileira de Alzheimer e doenças similares).
A doença de Parkinson se apresenta de várias formas. Os sintomas surgem geralmente a partir dos 60 anos de idade, por isso, especialistas alertam que o diagnóstico é muito importante. Se a doença for identificada tarde, traz complicações. Se o diagnóstico for cedo, proporciona qualidade de vida ao paciente.
Luciano de Oliveira tem 70 anos de idade. Soube em uma consulta de rotina com o geriatra que estava com Parkinson. Segundo ele, assim que abriu a porta o médico deu o veredito. A dificuldade em se locomover o denunciaram. Isso aconteceu há quatro anos, e de acordo com a esposa, Lucimara de Oliveira, desde então, muita coisa mudou na rotina da família.
“Ele era um homem ativo, saia, fazia compras e conforme a evolução da doença foi ficando introvertido, não sai mais de casa, tem ido muito ao médico”, relata.
Uma das maiores dificuldades que Luciano afirma ter sentido na fase do tratamento foi com a medicação. Ele não se adaptou, mas não desistiu. Para o idoso, a ciência ainda é capaz de produzir soluções, que ampliem a qualidade de vida dos atingidos pelo Parkinson.
“Estou confiante e esperançoso que isso aconteça. Que surja um remédio novo que possa amenizar, melhorar a situação por que os recursos que existem ainda deixam muito a desejar”, afirma o idoso.