A rotina de trabalhadores que se dedicam a vida dos animais
A direção do Parque Ambiental Chico Mendes abriu seus portões para nossa equipe e durante toda uma manhã foi possível acompanhar os cuidados com os animais. Com a ajuda de tratadores, nossa equipe pode também entrar nas jaulas de alguns dos bichos e ficar bem próximo de animais que normalmente ninguém quer perto.
O zoológico abrange uma área de 57 hectares. Destes, 10 hectares reservados ao espaço dos 200 animais, de 35 espécies diferentes, que são abrigados no parque. Na maioria das situações, os animais chegam ao local após serem retirados de cativeiros, muitos deles sofrem maus tratos e são levados ao parque bastante debilitados e, por vezes, machucados, como afirmou a gerente do local, a bióloga Joseline Guimarães.
“Nós recebemos aqui animais que não têm mais condições de viver na floresta. Animais que já tinham histórico de cativeiro, que eram maltratados, nós os acolhemos e cuidamos com todo amor e respeito”.
A exemplo desta dedicação, conhecemos o Jacaré Jack, que foi trazido de Rondônia totalmente debilitado. O animal ficou cego após levar tiros nos olhos. Segundo Wanielly da Cruz, tratadora que alimenta o jacaré, ao ser levado ao parque, ele passou ainda 2 meses sem comer.
Após treinamento, ele foi se reabilitando, e hoje, o animal de cerca de 4 metros pesa 200 quilos. “Eu dou comida na boca dele. Ele é calminho. Para chamá-lo, eu uso um galho de árvore, como sinal sonoro. Ele sabe pra onde deve ir para ser alimentado”. No local, há ainda um espaço para preparar a alimentação de todos os animais, que recebem alimentos fresquinhos.
Os profissionais do parque alertam a população que não joguem pedras nas jaulas, ou tentem alimentar os bichos. Um jacaré chegou a ser envenenado. O esqueleto dele foi embalsamado e fica guardado numa das salas proibidas para entrada de visitantes. Para que isto não volte a acontecer, os tratadores afirmam estar atentos.
Outro espaço que chama a atenção dos visitantes é o serpentário. Nele estão duas cobras: um macho e uma fêmea, de cada umas das três espécies: caninana, jiboia e a suaçubóia.
O médico veterinário Cláudio Andrade fez um alerta para que a população não mate as cobras, como é de costume fazer. “As pessoas confundem a caninana com cobras peçonhentas e acabam matando-a sem necessidade. Isso causa um certo desequilíbrio no ecossistema, porque ela é um animal importante para o equilíbrio. Afinal, elas comem roedores também e como não têm veneno não podem prejudicar ou matar ninguém”.
Nós acompanhamos também a retirada de sangue de uma macaca pelo médico veterinário Francisco Glauco que explicou o porquê do procedimento. “Esta é uma operação padrão, que deve acontecer de duas a três vezes por ano. Neste caso, retiramos o sangue do animal para verificar a presença de hematozoários (parasitas que causam doenças aos animais)”.
O parque está entre os pontos turísticos mais visitados do Estado. Segundo Joseline, só no ano passado, 250 mil pessoas. Entre elas, turistas do mundo inteiro já visitaram o lugar. E para quem quer visitar o parque ele fica aberto de terça a domingo, das 7h às 17h.
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