Um levantamento com dados do Ministério da Saúde revela que 121.933 crianças e adolescentes de até 14 anos foram internados no Brasil em 2024 vítimas de acidentes. O número representa uma média de 334 hospitalizações por dia, ou 14 a cada hora, e preocupa profissionais da saúde infantil.
As quedas lideram as causas de internação, respondendo por 44% dos casos, mais de 54 mil ocorrências. Em seguida aparecem queimaduras e acidentes de trânsito, além de registros de intoxicação, afogamentos, sufocamentos e ferimentos por armas de fogo. Em relação a 2023, o total de internações cresceu 2,2%.
Para a pediatra acreana Nádia Beatriz, os números refletem um cenário preocupante. “Quando falamos em traumas na infância, vemos casos muito graves, como atropelamentos e afogamentos. Muitas vezes não conseguimos ter um desfecho bom: a criança pode morrer ou ficar com sequelas. Felizmente, há casos de recuperação sem danos permanentes, mas o risco é sempre grande”, afirmou.
Os acidentes também tiram vidas. 3.398 crianças e adolescentes morreram em 2024, o que equivale a nove óbitos por dia. Segundo especialistas, até 90% desses episódios poderiam ser evitados com medidas simples de prevenção.
Nádia Beatriz reforça a importância de cuidados básicos. No trânsito, por exemplo, o uso correto da cadeirinha e do cinto de segurança é essencial. Nas ruas, crianças devem estar sempre acompanhadas por adultos. Dentro de casa, os riscos envolvem desde brinquedos pequenos e pilhas, que podem ser engolidos, até medicamentos deixados ao alcance. “Já atendemos casos graves de intoxicação e de crianças que engoliram objetos perigosos”, relata.
Outro alerta é para ambientes com água, como piscinas, caixas d’água, cisternas e até baldes. “Basta um descuido de segundos para uma tragédia acontecer. A criança precisa estar sempre sob supervisão direta”, destacou a pediatra.
A especialista resume a mensagem em uma orientação direta aos pais e responsáveis: “Prevenir é sempre melhor do que remediar. Atenção, cuidado e informação são fundamentais para proteger o que temos de mais precioso: nossas crianças”, afirma.
Matéria em vídeo produzida pelo repórter Marilson Maia, para TV Gazeta.



