Em decisão recente da Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Acre, os desembargadores Francisco Djalma e Denise Bonfim votaram pela revogação da prisão preventiva dos policiais Cleonisio Marques Villas-Boas e Gleison Costa de Souza. Com isso, os policiais, que estavam presos preventivamente, agora cumprirão prisão domiciliar.
Os policiais são acusados pela morte da enfermeira Géssica Mello de Oliveira, de 32 anos, ocorrida em dezembro do ano passado durante uma perseguição policial na BR-317. Géssica foi morta após furar um bloqueio policial em Capixaba. No local do crime, uma arma de uso restrito foi encontrada, e a cena do crime foi comprovadamente modificada.
Os policiais alegaram que a arma encontrada pertencia a Géssica e que reagiram a disparos supostamente feitos por ela. Contudo, a polícia técnica provou que a arma não tinha DNA da enfermeira. O desembargador Élcio Mendes votou pela manutenção da prisão preventiva dos policiais, mas foi voto vencido.
O advogado da família da enfermeira, Walison dos Reis Pereira, criticou a decisão, alegando que a soltura dos policiais é um desrespeito à justiça e à Géssica, que deixou três filhos. “Colocar pessoas acusadas de crimes graves em liberdade, sem monitoramento eletrônico, sem nada, é um absurdo.” diz.
Pereira afirma que os policiais devem ser responsabilizados não apenas pela morte da enfermeira, mas também pela alteração da cena do crime e pelo porte ilegal de arma de fogo. “Essas decisões aqui do Tribunal do Acre são vergonhosas. A sociedade clama por justiça, assim como a família de Géssica. Respeitamos a decisão judicial, mas vamos buscar alternativas com o Ministério Público para reverter essa situação,” declara.
Com informações da repórter Wanessa Souza.