Amor político
O secretário Edvaldo Magalhães (PCdoB), uma das principais lideranças da Frente Popular, não disputará nenhum cargo eletivo em 2014. O motivo para ficar de fora da disputa é a candidatura de sua mulher, a deputada federal Perpétua Almeida (PCdoB), ao Senado. Este é o pacto selado com o Palácio Rio Branco para evitar desgastes entre petistas e comunistas pela candidatura única ao Senado pela base governista. Desta forma, o governo tem assegurado o apoio total do PCdoB na campanha de Tião Viana (PT).
Armistício
Caminha para a consolidação o nome de Perpétua ao Senado. O clima de confiança dentro do PCdoB é cada vez mais explícito. Além disso, aumentou nas últimas semanas a afinidade entre Tião Viana e a parlamentar, que passaram a cumprir agendas de forma mais intensa.
Garantias
Como consolo por ficar de fora da campanha, Edvaldo Magalhães receberá a garantia de que permanecerá na Secretaria de Desenvolvimento em caso de Tião Viana se reeleger. A pasta é uma das mais fortes e uma das principais vitrines da atual gestão, responsável pelas políticas econômicas.
Bandeira vermelha
Mas os petistas mais radicais não vão abrir mão tão fácil da cadeira hoje ocupada por Anibal Diniz (PT). A resistência maior tende a vir dos “sibanistas”, os grupos que apoiam Sibá Machado (PT), e hoje detendo parte significativa das cadeiras da Executiva, responsável por definir os rumos do partido em 2014.
Bandeira vermelha II
Parte do PT pode até ter resistência com relação à cadeira do Senado, mas o que prevalecerá é a decisão do Palácio Rio Branco, que continua com o amplo domínio dos cargos do partido. Por uma questão de sobrevivência, o PT pode ser obrigado a calçar as sandálias da humildade pela reeleição de Tião Viana.
Mudança de rota
O senador Sérgio Petecão (PSD) poderá caminhar até o fim do segundo bimestre de 2014 para a construção da candidatura única pela oposição. Sua mudança se dá após as insistentes cobranças e críticas sofridas por trabalhar pela divisão do grupo, indo de frente àquilo que tem ouvido das bases oposicionistas: a necessidade do palanque único.
Condicionantes
Mas Petecão fará condicionantes: ele quer que o candidato ao governo único da oposição seja Gladson Cameli (PP). O senador o vê como o melhor nome por ter a menor rejeição entre todos os candidatos (incluindo a base). Neste caso pode haver reviravolta com Márcio Bittar (PSDB) indo para o Senado.
Olhar futuro
Petecão não é nenhum ingênuo político; estes acordos serão costurados para assegurar apoio à sua reeleição em 2018. Petecão carrega a cruz da derrota de Bocalom em 2012 e tinha noção dos riscos que a derrota provocaria em 2014. Para não ficar com a “ficha-suja” ante o eleitor, ele trabalhará para assegurar o melhor caminho da oposição.
Trincheiras
Gladson Cameli (PP) focará o recesso parlamentar em campanha por Rio Branco e Vale do Acre. É nesta região onde ele ainda sofre para garantir favoritismo ao Senado, com Perpétua Almeida (PCdoB) tendo hoje lugar cativo na mente do eleitor. Auxiliares de Cameli dizem que os números já o apontam encostando em Perpétua na capital.
Em campanha
Os deputados estaduais vão aproveitar o recesso para cair de corpo e alma na reeleição. Serão nestes 45 dias de férias que as amarras serão feitas para assegurar chances de vitória numa disputa à Assembleia Legislativa.
Mais trabalho
Os deputados estão apresentando muitos projetos para o “fortalecimento” da Aleac. Também deveriam apresentar alguns para a moralização da Casa. Entre eles seria bom a redução do recesso parlamentar dos atuais 60 para 30 dias, como qualquer trabalhador brasileiro.
Recesso branco
Certamente o próximo ano será de poucas sessões na Casa do Povo. A tendência é o esvaziamento do plenário de maio em diante. De junho a outubro, então, encontrar deputado pela Aleac será um sacrifício. Mesmo com os nobres representantes do povo não indo trabalhar, o eleitor continuará a pagar seus gordos salários.
Multivotos
O advogado Roberto Duarte Júnior caminha para ser um dos candidatos bem votados para deputado estadual. Ele tentará surfar na onda da Telexfree. Duarte Júnior é um dos dirigentes do PMN, partido que, por curiosidade, é hoje no Acre dominado pelos profissionais da advocacia.
Cobranças
O prefeito Marcus Alexandre (PT) tem sofrido cobranças por parte dos sindicatos de taxistas e mototaxistas para a prefeitura intensificar a fiscalização no combate ao transporte ilegal. Esta é uma iniciativa louvável, mas do outro há um grupo de pessoas recorrendo à informalidade para tentar a sobrevivência.
Crise
Foi importante a ida da Comissão de Relações Exteriores a Brasileia para ver de perto a realidade da crise humanitária por conta da imigração haitiana. Brasília continua a fazer vista-grossa para o problema, enquanto o governo do Acre, em crise financeira, precisa apertar os cintos para garantir o mínimo de dignidade a estas pessoas.