Durante sessão da Câmara Municipal de Rio Branco desta quarta-feira (7), o vereador André Kamai (PT) fez críticas ao projeto de lei enviado pelo prefeito Tião Bocalom que solicita autorização para contrair um empréstimo de R$67 milhões, destinado à compra de ônibus para o transporte coletivo. Para Kamai, o projeto revela um cenário de improviso administrativo e ausência de transparência por parte da gestão municipal.
“A gente não tem informação de absolutamente nada do transporte coletivo de Rio Branco”, diz o vereador, apontando que o portal de dados da prefeitura está desatualizado desde 2020. Ele alertou que a falta de informações básicas, como frota ativa, rotas, valores pagos ou estrutura contratual, impede uma análise responsável da proposta e compromete a credibilidade do investimento anunciado.
O projeto faz parte do PAC Mobilidade, programa federal voltado à modernização do transporte público nas cidades. Apesar disso, Kamai questiona como Rio Branco pretende renovar uma frota que sequer possui. “Como é que a prefeitura de Rio Branco vai renovar a sua frota se ela não tem frota?”, provoca. Ele ressaltou que a operação do transporte na capital segue sob contrato precário desde 2022, sem que uma nova licitação tenha sido concluída.
Segundo ele, outro ponto que gerou desconfiança é o foco da comunicação institucional na compra de ônibus elétricos, quando apenas cinco ou seis veículos previstos no projeto seriam, de fato, movidos à eletricidade. “Ainda bem que o marketing se restringiu a só cinco”, ironiza o vereador.
Kamai também levantou questões sobre como os veículos seriam operados, caso comprados. A prefeitura assumiria diretamente a operação, com concurso para motoristas e estrutura própria? Ou faria uma nova parceria com empresas privadas? Nada disso foi esclarecido no projeto enviado à Câmara.