Entre os dias 8 e 14 de outubro, o PET Economia da Universidade Federal do Acre (Ufac) realizou uma pesquisa de preços das carnes e ovos em 62 estabelecimentos de Rio Branco e Assis Brasil. O levantamento revelou que, em comparação a setembro, o preço médio das carnes na capital subiu 1,6%, resultado de aumentos pontuais em açougues e reduções em supermercados.
Os dados mostram que os açougues apresentaram a maior valorização, com cortes como:
- picanha (+6,85%)
- alcatra (+6,14%)
- coxão mole (+4,34%) liderando as altas
Já nos supermercados, houve quedas expressivas:
- fígado (-20,69%)
- patinho (-16,09%)
- fraldinha (-12,92%)
O economista Rubicleis Gomes, coordenador do PET Economia, explica que as variações de preços estão relacionadas a estratégias comerciais diferentes entre os pontos de venda.
“Nos supermercados, observamos reduções de margem e promoções, enquanto nos açougues o aumento médio reflete ajustes de custos e fatores logísticos”, destacou Gomes.
O levantamento também mostrou que cortes nobres, como alcatra (+4,34%) e filé (+1,83%), tiveram leve valorização, enquanto a picanha caiu -4,52% no geral, embora tenha subido nos açougues. Já cortes populares, como pá com osso (+1,31%) e agulha (+2,03%), tiveram comportamento moderado, refletindo estabilidade na demanda.
Segundo Gomes, o cenário reforça a importância de o consumidor ficar atento às promoções.
“O grande significado é que o consumidor deve ficar de olho em promoções para que, com isso, seu poder de compra não se reduza”, alertou o economista.
Para o aluno Ryan Victor Silva, que participou da coleta e análise dos dados, o estudo ajuda a entender os movimentos do mercado local.
“Os dados confirmam o que empresários do setor já vinham dizendo: há uma pressão nos preços devido à redução da oferta. Muitos produtores têm segurado seus animais à espera de melhores cotações e isso impacta o abastecimento local”, explicou.
Em Assis Brasil, o comportamento foi semelhante ao da capital, mas com algumas particularidades.
“Lá, o poder de compra da população é menor e há pouca concorrência entre açougues e supermercados, o que limita a variação de preços”, acrescentou Gomes.
A pesquisa também cumpre um papel educativo, segundo o professor, ao ajudar famílias a planejarem o orçamento e substituírem cortes mais caros por alternativas acessíveis sem comprometer a alimentação.
Entenda a pesquisa
A pesquisa de preços das carnes e ovos foi realizada pelo PET Economia da Ufac entre os dias 8 e 14 de outubro, com levantamento em 62 estabelecimentos de Rio Branco e Assis Brasil. Foram monitorados cortes como picanha, alcatra, coxão mole e duro, fraldinha, fígado, patinho, músculo, agulha, pá com e sem osso, além de cartelas de ovos.
O levantamento faz parte de uma série de estudos mensais do grupo e busca acompanhar o comportamento dos preços e o impacto no orçamento das famílias acreanas. Os resultados são disponibilizados em relatórios e publicações nas redes sociais do PET Economia.
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Com informações de Gisele Almeida, para o site agazeta.net



