A Prefeitura de Rio Branco, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, realizou na última sexta-feira uma ação voltada à saúde sexual e reprodutiva de mulheres indígenas que vivem em áreas urbanas da capital. O atendimento ocorreu no Centro Integrado de Esportes para a Comunidade, no bairro São Francisco, e beneficiou cerca de 100 mulheres.
Durante a ação, foram ofertadas a inserção do Implanon (método contraceptivo de longa duração), além de testes rápidos e orientações sobre planejamento familiar, ampliando o acesso a políticas públicas de saúde para um público historicamente menos favorecido.
Autonomia reprodutiva como prioridade
A diretora de Políticas de Saúde da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), Jusceline Soares, explicou que a ampliação da oferta do Implanon faz parte de um esforço contínuo da gestão municipal para fortalecer o planejamento reprodutivo em Rio Branco.
“Hoje, com o recebimento do Implanon para mulheres de 14 a 49 anos, nós ampliamos a nossa oferta. É importante destacar que a mulher passa a ter autonomia para decidir quando pode engravidar, quando quer engravidar e quando desejar ter um filho”, afirmou.
Direito de decidir sobre o próprio corpo
A chefe da Divisão de Populações Indígenas, Ângela Oliveira, destacou o caráter estratégico e simbólico da ação.
“Esse é um momento muito oportuno e único para elas. Além de melhorar o autocuidado, a ação fortalece a autonomia reprodutiva. Elas têm o direito de decidir quando e quantos filhos querem ter”, ressaltou.
Demanda também no interior
A iniciativa teve repercussão além da capital. A coordenadora da Organização das Mulheres Indígenas do Acre, Sul do Amazonas e Noroeste de Rondônia, Shiu Shadenawa, afirmou que a ação despertou interesse em outros municípios.
“Essa ação realizada pela Prefeitura de Rio Branco tem repercutido dentro dos municípios. Recebemos demanda de 264 mulheres que procuraram a organização para que a ação seja replicada no interior do Acre”, disse.
Ela reforçou que a decisão pelo uso do método deve partir exclusivamente das mulheres.
“Essa é uma decisão das próprias mulheres, e ela precisa ser respeitada.”
Projeto de vida
Entre as atendidas, Yana Oliveira, de 21 anos, destacou como o acesso ao método contribui para o seu planejamento pessoal e familiar.
“Agora vou poder me cuidar, cuidar do meu filho para que ele cresça bem. Quero dar o melhor para o meu futuro e cuidar bem dos meus filhos”, afirmou.
A ação integra as estratégias da Rede Municipal de Saúde voltadas para o cuidado integral, o fortalecimento da autonomia feminina e a redução das desigualdades que atingem a população indígena em contexto urbano.
Com informações da Secom/Miriam Melo



