A Prefeitura de Rio Branco surpreendeu os vereadores nesta terça-feira (9) ao encaminhar, em regime de “urgência”, um Projeto de Lei (PL) que propõe o aumento de R$ 0,50 no subsídio pago ao transporte coletivo municipal. O projeto, no entanto, não chegou a ser votado, pois não continha os documentos técnicos necessários para a análise legislativa.
A proposta causou reações imediatas dentro da Câmara Municipal, especialmente por parte de parlamentares da oposição, que denunciam a falta de transparência sobre os custos reais do sistema e criticam a ausência de planejamento por parte do Executivo.
O vereador André Kamai (PT) lembrou que, na semana passada, já havia solicitado formalmente informações sobre o sistema, mas o requerimento foi rejeitado. Para ele, a gestão municipal vem empurrando o problema há anos, sem resolver as questões estruturais do transporte coletivo.
“A prefeitura trouxe uma empresa do nada, com um contrato mandrake que já nasceu ilegal. Já são quatro anos sem licitação e agora mandam um projeto para aumentar o subsídio sem sequer apresentar os custos por passageiro. Para onde está indo esse dinheiro?”, questiona Kamai em plenário.
O parlamentar também mencionou que a empresa já teria recebido mais de R$ 100 milhões em subsídios desde que assumiu o serviço, valor que, segundo ele, não se refletiu em melhorias para os usuários nem em reajuste para os trabalhadores.
A base do governo na Câmara preferiu aguardar o recebimento completo do projeto antes de se pronunciar. O presidente da casa, Joabe Lira, não estava presente na sessão, e o líder da prefeitura da câmara, vereador Márcio Mustafá, evitou comentar o conteúdo do texto. Enquanto isso, os rodoviários deflagraram greve por tempo indeterminado, alegando que a empresa Ricco condicionou o reajuste salarial dos trabalhadores à aprovação do novo subsídio.



