A Prefeitura de Rio Branco voltou a encaminhar à Câmara Municipal um projeto de lei solicitando autorização para contratar um novo empréstimo, no valor de R$67 milhões, com pedido de tramitação em regime de urgência urgentíssima. O objetivo, segundo o Executivo, é viabilizar a compra de 45 ônibus elétricos e dos equipamentos necessários para seu funcionamento, como carregadores de bateria.
A proposta já havia sido apresentada no ano passado, mas não obteve aprovação. Agora, retorna ao Legislativo sob a justificativa de que os coletivos trarão benefícios como redução de custos operacionais, diminuição da poluição sonora e ambiental, além de maior eficiência no transporte público.
O pedido, no entanto, enfrenta resistência da oposição, que critica o acúmulo de dívidas por parte do município. Em 2024, a Prefeitura já havia contratado um empréstimo de R$ 140 milhões, voltado ao programa de recuperação de ruas. A oposição argumenta que, apesar do investimento, as vias apresentam novamente problemas de infraestrutura, como buracos, e classificam os novos pedidos de financiamento como uma sobrecarga à população.
Outro ponto de crítica é o prazo de pagamento. A proposta prevê carência de quatro anos, com amortização total em 16 anos , o que transfere a responsabilidade inicial para a próxima gestão. Além disso, a vida útil estimada dos ônibus é de até 10 anos, ou seja, ao fim do pagamento das 192 parcelas previstas, os veículos já terão sido aposentados.
A operação de crédito prevê juros anuais de 6%, além de uma taxa administrativa de 2% ao banco financiador. De acordo com a justificativa da Prefeitura, o município tem autorização para contratar até R$ 254 milhões em operações de crédito, o que permitiria, segundo o Executivo, manter uma margem segura de endividamento.
O projeto deve ser votado na próxima semana. Com ampla maioria na Câmara, a base governista pode garantir a aprovação em tempo recorde, mesmo diante das críticas e preocupações levantadas por vereadores da oposição.
Matéria em vídeo produzida pelo repórter Adailson Oliveira, para TV Gazeta.