Após mais uma rodada de negociações sem avanço com a Prefeitura de Rio Branco, os professores da rede municipal de ensino decidiram iniciar uma greve geral a partir do próximo dia 16 de maio. A decisão foi tomada durante assembleia da categoria realizada nesta terça-feira (6), em frente ao Palácio Rio Branco, sede da administração municipal.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Acre (Sinteac), cerca de 70 escolas suspenderam as atividades nesta terça para apoiar o protesto. Apesar de um número mais reduzido de servidores permanecer no local até o fim da assembleia, o movimento foi considerado forte pela organização.
A principal reivindicação dos educadores é o reajuste de 6,27% do piso salarial do magistério, que deveria ter sido aplicado desde janeiro deste ano. Eles também cobram o pagamento de auxílio-alimentação, auxílio-saúde e a reposição do índice inflacionário. A categoria argumenta que todos os pontos estão respaldados por leis federais e não são impedidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal — argumento usado pela prefeitura para justificar a recusa no reajuste.
“Prefeitura não respeita a educação”
A presidente do Sinteac, Rosana Nascimento, criticou duramente a postura da gestão municipal. “A categoria está cansada de tanta enrolação. Já são dois anos esperando. Essa pauta não fere a Lei de Responsabilidade Fiscal. O prefeito alega que precisa de relatório para saber o gasto com pessoal, mas ele sabe. A prefeitura está acima do limite, mas mesmo assim deu reajuste para secretários e contratou cargos comissionados”, disse Rosana.
Ela reforçou que a greve será deliberada oficialmente no dia 16, com 72 horas de advertência, conforme exige a legislação. “O prefeito ainda tem esse prazo para nos chamar para negociar. A partir daí, se não houver acordo, a greve começa na quinta-feira.”
Prefeito afirma que reajuste é inviável
O prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, respondeu às críticas dizendo que o município está no limite prudencial de gastos com pessoal e que, por isso, não é possível conceder aumento no momento.
“Preliminarmente, já vimos que não conseguimos sair muito daquilo que fechamos no ano passado. Estamos próximos do limite da Lei de Responsabilidade Fiscal. Agora, é importante lembrar quanto os servidores ganhavam quando cheguei na prefeitura e quanto ganham hoje. Não é só cobrar”, afirmou Bocalom.
A greve geral, caso não haja acordo até o prazo estabelecido, deve afetar o funcionamento de toda a rede municipal de ensino de Rio Branco a partir da próxima semana.
Com informações do repórter Adailson Olveira para TV Gazeta