Um projeto da Prefeitura de Rio Branco que propõe aumento de R$ 0,50 no subsídio concedido à empresa Ricco Transportes gerou tensão nesta terça-feira (9) na Câmara de Vereadores. O texto, enviado em regime de urgência, chegou ao legislativo no mesmo dia em que o Sindicato dos Trabalhadores em Transporte de Passageiros do Acre anunciou greve da categoria, a partir desta quarta-feira (10).
Durante a sessão, parlamentares demonstraram surpresa com a tramitação do projeto, que ainda não foi apreciado. O vereador André Kamai criticou a medida e questionou a falta de informações sobre o estudo técnico tarifário, documento que deveria detalhar o custo de cada passageiro. Segundo Kamai, a frota do transporte coletivo da capital está sucateada, com ônibus quebrados, plataformas inoperantes e linhas insuficientes, mesmo com a empresa tendo recebido mais de R$100 milhões em subsídios.
Para iniciar a análise do projeto, a sessão precisou ser suspensa, e uma votação sobre a responsabilidade do comitê gestor foi adiada. O líder da Prefeitura na Câmara, vereador Márcio Mustafa, não se pronunciou até ter acesso ao documento, e o presidente da Casa, vereador Joabe Lira, não compareceu à sessão.
No mesmo dia, o sindicato anunciou greve devido à falta de abertura da empresa para negociar o reajuste anual. A paralisação afeta o transporte urbano e escolar, e em cidades como Tarauacá, a suspensão do serviço fluvial provocou atrasos nas aulas, mesmo após a retomada parcial dos trabalhos pelos barqueiros.
Com informações do repórter Débora Ribeiro, para TV Gazeta.



