Elas e os idosos são os que mais sofrem
As unidades de saúde estão registrando aumento no número de atendimento de pessoas com problemas respiratórios. Além do clima seco, as fumaças ajudam a agravar a situação.
De acordo com uma avaliação feita pelo Grupo de estudos e serviços ambientais do Acre, o Acre Bioclima da Ufac, na quinta-feira (25) da semana passada, o índice de poluentes na atmosfera local era 8x maior que o limite aceitável estipulado pela organização mundial da saúde (OMS).
A cortina de fumaça encobriu a cidade praticamente todos os dias da semana. Segundo cientistas a fumaça mais intensa foi provocada por incêndios no estado e também em outras regiões do país como Amazonas, Rondônia e Mato Grosso, além da Bolívia.
Sem chuva, com umidade relativa do ar baixa, tudo fica propício para prejudicar a saúde humana, especificamente as vias respiratórias.
As unidades de saúde vêm registrando desde o mês de junho aumento no número de atendimento de pessoas com problemas respiratórios. Na UPA do segundo distrito, por exemplo, entre os dias 1 e 24 de agosto aumentou em mais de 30% a procura de atendimento por esse tipo de agravo.
Um plano de contingência foi montado pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre), para suprir o aumento da demanda. Idosos e crianças são mais frágeis as mudanças de temperatura, clima seco e fumaças. Estão susceptíveis a falta de ar e as reações alérgicas como tosse seca, chiado, crises de rinite, ressecamento da pele com coceiras, por exemplo.
Segundo o pediatra Gibson Moura, a primeira dica começa em evitar a automedicação. “Uma automedicação pode levar a um quadro grave ou até à morte por reação alérgica grave”, alerta. “Então é preciso procurar um profissional”.
Entre vários cuidados para se proteger da fumaça e outros fatores prejudiciais à saúde, está a hidratação. “Muita água e suco. Refrigerante não vai adiantar, e ainda fechar as janelas nas horas com mais fumaça”, sugere o médico.
Em menos de dois meses, essa é a segunda vez que a pequena Maria Clara vai ao médico. O aparelho de nebulização da família não foi suficiente pra amenizar a reação alérgica. “A partir do momento em que começaram as queimadas, tivemos que trazer ela no hospital. Alergia, problema de respiração”, comentou o pai da menina Luiz Paulo.
O pai faz a voz de muita gente e lembra que as fumaças só trazem prejuízos. “O pessoal tem que se conscientizar de que as queimadas só prejudicam. Empobrecem o solo e prejudicam a saúde da população”, disse.