Após um domingo de céu mais claro e poucas nuvens, Rio Branco amanheceu novamente coberta por uma densa cortina de fumaça na manhã desta segunda-feira (23). A situação, que parecia estar melhorando no fim de semana, voltou a preocupar os moradores, com a poluição atmosférica alcançando níveis críticos em várias partes do estado.
Segundo o Capitão Freitas Filho, que acompanha e monitora a situação das queimadas no Acre, relata que apesar da leve melhora registrada no domingo, a realidade das queimadas no estado continua alarmante. “Ontem tivemos um dia mais bonito, com um céu claro, mas hoje voltamos a amanhecer com muita fumaça. Isso se deve ao fato de que as queimadas continuam, com cerca de 6 mil focos de calor já registrados no estado”, explicou o capitão.
O mês de setembro, historicamente conhecido por ser um período crítico para o Acre, traz com ele o agravamento das queimadas. “O acumulado do mês de agosto já indicava que setembro seria um mês desafiador”, continuou o Capitão Freitas. “A poluição atmosférica que estamos vivendo é diretamente influenciada pelos incêndios, que continuam acontecendo de forma expressiva.”
Os municípios de Feijó e Tarauacá estão entre os mais afetados, liderando os números de focos de calor, seguidos pela regional do Juruá, o baixo Acre, e a região leste do estado, incluindo Acrelândia. “Essas áreas queimaram bastante, e as correntes de vento trouxeram a fumaça dessas regiões, além de um pouco da fumaça vinda do sul do Amazonas”, detalhou o capitão. Esse fenômeno resultou no cenário de poluição pesada observado na manhã desta segunda-feira.
A variação no nível de fumaça entre domingo e segunda-feira pode ser explicada pelas condições meteorológicas. Segundo o capitão, as correntes de vento no domingo ajudaram a dispersar as partículas suspensas na atmosfera, e chuvas localizadas contribuíram para a melhora temporária na qualidade do ar.
Apesar de grande parte das queimadas estar concentrada em áreas rurais, os incêndios urbanos também são motivo de preocupação. “Não são apenas as grandes áreas afastadas que estão sendo queimadas. Temos focos de incêndio em zonas periurbanas, muitas vezes em lotes pequenos utilizados para especulação imobiliária”, afirmou o capitão. Ele destacou a gravidade dos incêndios próximos à capital, que têm durado dias. “Estamos enfrentando grandes incêndios tanto na zona rural quanto periurbana, especialmente na região leste do estado e nas proximidades de Rio Branco. Nossas guarnições estão trabalhando incansavelmente para mitigar os efeitos das queimadas na população.”, assegura Freitas.
O capitão também ressaltou a necessidade de consciência coletiva para enfrentar o problema das queimadas. “Precisamos fazer o nosso dever de casa e observar os fatores que estão colaborando para essa situação. Incêndios urbanos, queimadas ilegais e a falta de fiscalização em áreas rurais estão entre os principais problemas”, concluiu.
Com informações da repórter Débora Ribeiro para TV Gazeta



