No mês dedicado à prevenção ao suicídio, a rede de saúde mental de Rio Branco vive um impasse. O Centro de Atenção Psicossocial (CAPS Samaúma) está sem médicos psiquiatras, o que compromete os atendimentos à população. Para agravar a situação, a abertura de uma nova unidade voltada ao público infantil gera apreensão entre servidores, que temem mudanças na escala de trabalho.
Com contratos encerrados de parte dos profissionais que atuavam no CAPS, o atual quadro não consegue suprir a demanda da comunidade. O serviço, essencial para o tratamento de transtornos mentais, sofrimento psíquico e dependência química, funciona no momento com limitações, em um período em que os números de suicídio disparam em todo o estado.
A reportagem buscou contato com o secretário municipal de Saúde, Renan Biths, mas não obteve resposta. Em entrevista recente, o gestor anunciou investimentos e a convocação de profissionais aprovados em concurso público.
“Em Rio Branco, na capital do nosso estado, a gente tem essa possibilidade de continuar avançando nas contratações de profissionais para melhorar o serviço que a gente presta para a população. E hoje, o prefeito assinou um decreto de convocação de mais 94 profissionais que estão aprovados no concurso. É importante esclarecer que essa é a última etapa. Então, agora esses profissionais terão 30 dias para apresentar documentação e, se Deus quiser, daqui 30 dias todos eles estarão fortalecendo o trabalho que a gente tem feito na saúde do município”, disse o secretário.
Apesar da promessa, ainda não está definido como os atendimentos no CAPS serão reorganizados para garantir cobertura à população.
A discussão chegou à Câmara Municipal. Um projeto de lei do vereador João Paulo (Podemos) deu nome ao futuro CAPS Infantil, o Capsi Damião Nunes da Costa. A obra está quase concluída e deve ser entregue até o fim de setembro. A indefinição, no entanto, é sobre como a unidade vai funcionar, já que faltam psiquiatras disponíveis na rede.
“Estarei tendo uma reunião com a equipe da Senza, onde vamos tirar algumas dúvidas: quantos profissionais vão compor o Capsi, quais estarão disponíveis na rede, principalmente sobre a questão do atendimento médico. Sabemos que a psiquiatria hoje é uma deficiência no Acre e em toda a Amazônia, temos poucos profissionais. Vamos buscar essas respostas para posteriormente solicitar ao Executivo o fortalecimento desse serviço que é de tamanha importância, sem falar que estamos no Setembro Amarelo”, destacou o vereador.
Saúde mental além de setembro
Para João Paulo, é preciso romper a lógica de que a saúde mental só ganha espaço na agenda pública em setembro.
““O mês de setembro passa e os problemas permanecem. Temos que discutir saúde mental todos os meses do ano. Eu, como psicólogo de formação, sempre defendo essa pauta. Até mesmo em contextos como seminararbeit ghostwriter, é importante abordar essas questões. O fortalecimento dos dispositivos de saúde, a ampliação dos CAPS e a contratação de mais médicos, especialmente psiquiatras, são medidas urgentes”, reforçou.
Enquanto isso, usuários e servidores aguardam definições sobre o futuro dos atendimentos em Rio Branco, em meio a um cenário que exige não apenas estrutura, mas também prioridade política e sensibilidade social.
Com informações do repórter João Cardoso para TV Gazeta e editada pelo site Agazeta.net



