A Prefeitura de Rio Branco, por meio do Serviço de Água e Esgoto de Rio Branco (Saerb), tem intensificado as ações institucionais para enfrentar os problemas causados pelos eventos climáticos extremos e pela perda significativa da mata ciliar ao longo do rio Acre. Com cerca de 40% da vegetação ciliar comprometida, o rio registrou em novembro um índice de turbidez cinco vezes acima do limite máximo de tratamento, o que acendeu um alerta sobre a necessidade de medidas emergenciais e de médio prazo.
O presidente do Saerb, Enoque Pereira, acompanhado do engenheiro sanitarista Henrique Amaral e do assessor da Presidência, Dean Silva, realizou uma agenda técnica nas Promotorias de Justiça de Xapuri, Brasiléia, Epitaciolândia e Assis Brasil. O objetivo foi apresentar a atual situação do rio Acre, que enfrenta oscilações críticas de nível e turbidez, além de buscar articulação institucional para fortalecer o enfrentamento à crise hídrica.
Durante as reuniões, a equipe expôs dados que mostram a vulnerabilidade do rio devido às mudanças climáticas. Os constantes períodos de seca e cheia têm provocado extremos nunca vistos. Em 21 de setembro de 2024, o rio alcançou 1,23 metros, o menor nível registrado em 54 anos. Apesar de não ser um rio caudaloso, o Acre é responsável por 51% de toda a água tratada e distribuída no Estado, o que torna sua preservação essencial.
Segundo o diretor-presidente, Enoque Pereira, o desrespeito aos limites das reservas legais da mata ciliar do rio Acre e de seus afluentes tem gerado preocupação adicional.
“Cerca de 40% da mata ciliar já não existe mais, o que tem provocado o intenso lançamento de sedimentos e elevado os índices de turbidez. Em novembro deste ano, a turbidez chegou a 3.850 Unidade Nefelométrica de Turbidez (NTU), número quase cinco vezes superior à capacidade máxima de tratamento das ETAs, que é de 800 NTU, embora a vazão do sistema seja de 1.000 litros por segundo. Preservar o rio Acre é garantir água”, destacou.



