O vereador Samir Bestene (PP) usou a tribuna da Câmara Municipal de Rio Branco na sessão desta quarta-feira (28), para comentar o episódio envolvendo a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que deixou uma audiência pública no Senado Federal após bate-boca com senadores do Amazonas e Rondônia.
O parlamentar criticou a postura da ministra e defendeu a necessidade de desenvolvimento econômico para a região Norte. “Tenho o maior respeito pela história política da ministra Marina, que vem de Xapuri, mas ela virou as costas para os senadores em um debate legítimo. Isso não é postura de quem ocupa um cargo público. Todo agente público precisa estar preparado para responder questionamentos, seja homem ou mulher”, afirmou Samir.
O vereador fez referência à Comissão de Infraestrutura do Senado, onde Marina se retirou da sessão após confrontos verbais. Segundo ele, o debate ambiental precisa ser feito com responsabilidade, mas sem ignorar as dificuldades enfrentadas por quem vive na Amazônia.
“Queremos crescer com responsabilidade, mas não dá para manter o Norte do Brasil isolado em nome de discursos vazios. Como é que vamos desenvolver o estado sem estrada? Sem poder produzir?”, questionou.
Samir destacou o papel do agronegócio e parabenizou o governador Gladson Cameli pelo avanço na produção de soja e pela redução nos índices de desemprego no estado. Para ele, as leis ambientais precisam ser flexibilizadas para permitir que o Acre e os demais estados amazônicos avancem em infraestrutura e economia.
“O que se prega muito nas grandes cidades não condiz com a realidade de quem vive em Xapuri, Cruzeiro do Sul, ou no interior do Amazonas. O Norte tem 20 milhões de habitantes. Aqui não tem só árvore. Tem ser humano que precisa de saneamento e de emprego”, enfatizou.
O vereador também criticou a falta de ações efetivas da ministra em sua própria cidade natal. “Quero ver falar de ambientalismo em Xapuri que continua com os mesmos buracos de ‘cem anos’ atrás. Quem é que vive só de extrativismo?”, provocou.
Apesar das críticas, Samir defendeu que o desenvolvimento ocorra com responsabilidade ambiental, mas cobrou que o governo federal pare de tratar a Amazônia apenas como símbolo ecológico.
“É preciso parar com o vitimismo. Ano passado, Marina já era ministra e tivemos uma das maiores queimadas da história. Essa fumaça veio da nossa região.”